Edson Vidal

Beco Sem Saída.

Ainda bem que o humorista Costinha foi um artista de sucesso quando ninguém se importava com o que ele dizia, pois todos o ouviam, achavam graça de suas caretices e modos efeminados , pagavam para vê-lo no teatro porque tudo era levado na brincadeira. Não era mais do que uma maneira ridícula de fazer graça imitando personagens do cotidiano. Outros que não tiveram qualquer empecilho para alcançar grande sucesso foram os “Trapalhões” que faziam piadas de gays e de racismo em todos os seus programas de televisão e nos filmes, sem qualquer patrulhamento ou censura. Hoje eles não poderiam mas se apresentar porque seriam processados a pedido do respeitável e honorável Ministro da Justiça. E o que não dizer da impagável Dercy Gonçalves que era crítica voraz dos hábitos e costumes da sociedade, entremeadas de palavrões e gaiatices sempre ridicularizando os mais abonados e os excluídos. O país hoje não tem mais graça pois só negro pode fazer piada de negro e gay de gay. Acho que se alguém chamar um branco de branquelo também vai entrar pelo cano.
- Ui, seu delegado, um negrão me chamou de branquelo e estou traumatizado! Quero processar desgraçado… Outra coisa que não pode e é pecado mortal: comparar as regiões do norte com o oeste , leste ou Sul dizendo que habitantes de uma delas é mais inteligente  do que o vizinho, é o mesmo que mexer num formigueiro. Dá até punição e cadeia. 
Pô, o país está perdendo totalmente o bom senso porque ninguém pode se ufanar de sua região comparando uma com a outra, porque os incomodados se sentem ofendidos. Dizer que o açaí é bem melhor do que um tererê  gelado é querer colocar os patriotas nortistas contra os patriotas do sul numa guerra fratricida. E por quê tudo isto ? Porquê é muito mimimi para cá e mimimi para lá, onde ter o direito de opinião é ter que sofismar ou temperar as palavras para que o sabor seja digerido por todos, sem nenhuma reclamação. Não quer ser despedido de seu emprego ? Diga que você é gay e que seus patrões por serem homofóbicos querem discriminá-lo; você receberá pronta solidariedade da Rede  Globo de Televisão, das ONGs, partidos políticos de esquerda e ecologistas. Claro que você será mantido no emprego. Ah, se você não quiser mais trabalhar o governo te ampara com bolsa disto, daquilo e daquele outro, além de pagar seu aluguel e lhe dar comida de graça. E não precisa dar nenhuma contra-partida e nem prometer que vai mudar de vida porque ociosidade entre nós, hoje em dia, é um prêmio. Já acabaram com a meritocracia nas Universidades, estão expandindo a promiscuidade sexual e dilapidando o valor da família. A ética e a moral estão sendo varridas para baixo dos tapetes para prevalecer a insegurança jurídica e calar a boca dos resistentes. Um senador bem intencionado como o Moro foi denunciado criminalmente a toque de caixa, sem observância ao princípio do devido processo Legal e da ampla defesa (pois  sequer foi ouvido nos autos), e teve sua prisão requerida com a respectiva perda do cargo eletivo. Uma verdadeira patifaria jurídica. Está as escâncaras que o Brasil está marchando há cada dia que passa para um beco sem saída -, só falta mesmo hastear a bandeira vermelha. Em paralelo a tudo isto, num julgamento on-line, o STF está julgando em caráter de urgência urgentíssima os cidadãos apontados como arruaceiros de Brasília, sem esperar a CPI e sem que a polícia federal tenha identificado quem fez o quê nos atos de vandalismo. Parece que estamos no olho de um ciclone enlouquecido. O povo como bem disse o Barroso continua sendo um grande Mané, pois está assistindo tudo, pacificamente, esperando apenas um sopro divino. Só que não pode demorar …


“O cidadão brasileiro que trabalha para pagar impostos, que sustenta sua família, cumpre  com as obrigações contratadas e crê em Deus, presentemente, está no mato sem cachorro. Pois quem não é nada disto está ocupando algum cargo em comissão ou com mandato eletivo dado pelos que não pensam. 
Até quando ? Eis a pergunta que não quer calar.”

Atenção: As opiniões dos nossos colunistas, não expressam necessáriamente as opiniões da Revista Ações Legais.