Edson Vidal

Pânico no Condomínio.

Na semana passada, logo depois do almoço, dois rapazes muito bem vestidos se apresentaram na portaria do edifício onde eu moro e disseram que queriam subir no décimo andar, onde mora a prima de ambos a d. Tereza. O porteiro interfonou para o apartamento referido, a dona Tereza foi informada que seus primos Eduardo e Andrey queriam subir . E como a d. Tereza tem primos com este nome de pronto autorizou que seus parentes subissem. 
E quando chegaram no décimo andar, saíram do elevador, e enquanto esperavam a d. Tereza abrir a porta do apartamento esta de forma prudente olhou pelo olho mágico da porta e não reconheceu nenhum dos intrusos. E de imediato informou a portaria do edifício. Os desconhecidos estranhando a demora para atendê-los, entraram no elevador e permaneceram escondidos em algum lugar não sabido. Um funcionário do condomínio começou a percorrer os andares e o outro ficou na portaria acompanhando pelas câmeras internas de segurança se conseguia localizar os suspeitos. A empresa de segurança encarregada pela fiscalização de rotina mandou vigilantes que fizeram uma varredura no prédio todo e não encontrou nenhum dos dois indivíduos. Claro que o ocorrido alarmou os moradores que pediram uma reunião do condomínio para tomada de medidas mais rígidas de segurança, pois há tempos tem um outro transeunte que passa pelo lado de fora do condomínio tirando fotografias do edifício. Todas as pessoas suspeitas foram gravadas, as fitas foram entregues à polícia, mas nenhum dos personagens foi identificado. Disseram que eram ladrões vindos provavelmente de São Paulo. Este preâmbulo contém uma história rigorosamente verdadeira. E dou fé. Daqui em diante vem minha versão sobre o fato. Claro que não contei para ninguém e nem mesmo para o meu vizinho que tanto prezo e admiro, que mora no mesmo andar. E sabe por quê não contei e nem participei da reunião de condomínio? 
Porquê eu sou o culpado pela invasão dos dois ladrões, é por isto que fiquei mudo e calado. Mas como já passaram vários dias do ocorrido, resolvi contar tudo. Explico antes de mais nada que minha culpa é por ter na garagem do condomínio o meu Fiat, 147, de cor vermelha, uma relíquia que vale um  tesouro de valor incalculável. Está na cara que os dois ladrões usaram de subterfúgio para entrar no condomínio,  em primeiro lugar, para disfarçar, foram no apartamento da d. Tereza para dizer que foi engano e depois , com certeza desceriam na garagem para subtrair meu Fiat 147. Tenho certeza que a intenção criminosa foi esta, pois os demais carros são de valores irrisórios. Este é o ônus de quem tem um carro cobiçado por quem conhece automóvel ; infelizmente, também tem ladrões que não são tão vulgares como o Luiz Ignácio, pois tem aqueles mais esnobes que preferem subtrair de quem tem um fenômeno automobilístico como o Fiat 147, de cor vermelha …

“As vezes a gente faz de um limão uma limonada; ou aumenta com a lupa da imaginação , um episódio verdadeiro, para criar uma história. E história nem sempre toda ela é verdadeira.”

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