A Eterna Criança Verde
Olhei da janela do apartamento o Parque Barigui, imponente, cartão de visita daqueles que vem de longe, descem do ônibus de turismo para percorrer a pé alguns metros de suas trilhas, quem sabe para tomar um copo de garapa ou só para apreciar as águas turvas do rio Barigui que desliza mansamente no baixio de seu solo.
E quanto verde! Um canteiro exuberante de árvores frondosas e de pinheiros centenários, sendo que no meio desse amontoado de galhos ouve-se o gorjeio sonoro dos pássaros, em coro quase celestial.
Lá ao longe a silhueta das capivaras que descansam sobre a grama, sem se importarem com as pessoas que caminham e se exercitam no aconchego do parque. Levantei os olhos para o alto e agradeci ao Arquiteto dos Mundos por ter nascido aqui, na cidade de trejeito europeu, pelo seu clima frio e úmido; constituída por gente de varias nacionalidades que chegaram para alavancar o progresso no trabalho árduo de sol a sol, com mãos calejadas e com ardor fraterno.
Esta moça de vestido verde, em harmonia com a natureza, com a idade de um pouco mais de três séculos, tem no seu aspecto físico o viço da juventude, renovando-se a cada dia, embelezando-se agora para receber o outono, sem perder a graça de sua hospitalidade. E não é só no Barigui não, em todos os demais quadrantes da cidade reina o mesmo elo de beleza, fraternidade e amor. E mais recentemente a nossa cidade recebeu a denominação de “República de Curitiba”.
E nos orgulhamos disso, somos sim uma república não com o intuito de querer o separatismo, nem para cultuar um regionalismo obtuso, mas por ser a nossa terra e a nossa gente uma união de povos que trabalha, luta, sofre e sonha com um Brasil melhor.
Se a expressão “República de Curitiba” foi pronunciada com intenção pejorativa pelo seu autor, ela acabou incorporada as nossas raízes como um brado patriótico de amor pelo Brasil. Hoje a nossa “cidade Sorriso” completa mais um ano de existência, deixando para trás rastros de sua história e registros de personagens que muito contribuíram para o seu desenvolvimento e a formação de seu povo.
Contudo, novas páginas da história continuam sendo escritas, contando sempre sua marcha incansável para o futuro, alicerçado no empreendedorismo daqueles que aqui vivem. Ah! Curitiba, de Kolody, Bento, Lerner, Dirceu Graeser, Eduardo Virmond, Dalton Trevisan, Ary Fontoura, César Pernetta, Rene Dotti, Chloris Casagrande Justen, Plinio Pessoa e de tantas figuras ímpares que ao longo dos tempos deixaram e ainda deixam os melhores exemplos a serem seguidos pelas novas gerações de curitibanos.
Hoje, quero lhe render minhas homenagens como seu filho, nascido e educado no seu solo, que luta como tantos outros que aqui moram em suas ruas, mesmo aqueles nascidos além de suas divisas geográficas, para dar loas à sua hospitalidade.
Você Curitiba que é o símbolo altaneiro do progresso e faz parte de todos que aqui vivem, com civilidade, respeito e ordem. Parabéns Curitiba, pelos seus encantos mil!
Parabéns por mais um aniversário! Parabéns por congraçar gentes de todas as gentes! Parabéns Capital do Paraná!
“Curitiba é uma cidade diferenciada pelo povo que tem. Seja ou não nascido nesta terra, existe entre os moradores o respeito mútuo, sem muito aconchego e alardes. As amizades são cultivadas para sempre!”
Edson Vidal Pinto