Enfim, o Outono!
Toc, toc, toc.
- Quem bate?
- O frio!
- Pode entrar aqui em casa nós temos cobertores Parayba!
Lembram-se desta propaganda na televisão?
Pois é, o frio do outono chegou e com ele a garoa nossa de cada dia. Curitiba veste-se com a moda “outono-inverno”. Daqui mais uns dias as folhas das árvores começam a cair, mudando de vez o cenário; as noites ficam mais escuras, as saídas de casa para visitar parentes e amigos ficam ainda mais esporádicas, as novelas ganham mais audiências e o pinhão torna-se o alimento preferido ao lado de um café com leite bem quentinho.
No Parque Barigui só os mais corajosos fazem suas caminhadas, a Boca Maldita continua sua rotina, agora com seus habituais frequentadores vestindo pesados agasalhos, sobretudo, cachecol e chapéu.
E como sempre a conversa gira ao redor da política, dos escândalos e da vida alheia. O frenesi de pedestres na rua XV termina mais cedo, das dezenove horas em diante o local fica às moscas, porque o ar frio vindo da Serra do Mar convida os passantes a se abrigarem em lugares mais quentes.
Começa o ciclo da gripe e dos resfriados, as crianças e os idosos são os mais sensíveis, são doenças típicas da estação. E para variar tive que ir à farmácia comprar remédio para minha garganta, que está irritada e doendo. Fui à Droga Raia, aqui perto de casa. Quando entrei no estabelecimento dei de cara com o Arquimedes, meu amigo de longo tempo, engenheiro da Sanepar.
Ele de inopino me falou:
- Já imaginou a noite que o Lula passou com este friozinho, preso como passarinho e sem pinga?
Esbocei um sorriso. Parece que a maioria dos Curitibanos deve estar se fazendo a mesma pergunta, não é mesmo?
Era tudo o que sonhavam os habitantes de nossa República.
- Pois é, o Rei da Pinga começou a pagar seus pecados aqui na terrinha ...
- Tomara que ele fique gripado e com dor de garganta!
Eu tentei amenizar o infortúnio desejado pelo meu amigo ao conhecido ladrão, mas que Deus me perdoe, não consegui. Eu também estava com minha garganta irritada e sei como é aborrecido, mas calei.
O Lula que tenha o mesmo mal estar e pare de destilar ódio e falar besteiras. Ninguém mais suporta. Ademais o que é uma dorzinha de garganta por alguns dias? Pelo mal que ele causou ao Brasil não é quase nada.
Foi o Arquimedes que continuou a conversa:
- E a tropa da Gleisi Lula Hoffman? Continua dando plantão nas imediações da Polícia Federal?
- Não. Parece que a Prefeitura assinou um termo com o Dr. Rosinha et caterva, para desocupação da área. Só vão permanecer umas três barracas como símbolo da “resistência”.
- Então o Greca livrou a cara dos invasores, bem agora que o “General” frio chegou a nossa. República? Logo agora?
Eu vi que a conversa iria longe, mas minha garganta não permitia minha prosa. Com muito jeito consegui me desvencilhar do meu amigo e voltei para casa.
Quando cheguei, não podia esquecer-se da conversa; o Lula deve estar incomodado com o frio. E não é ainda aquele frio de inverno, é uma pequena amostra. Dei risada sozinha, só de pensar. Será que ele não vai “pegar” um bom resfriado? Uma forte gripe? Talvez uma faringite? Que tal uma bronquite? Quem sabe um princípio de asma? Uma pneumonia? Será que seria querer de mais? Não, não posso ter pensamentos tão anticristãos, é melhor que ele tenha o mínimo: uma leve e irritante dorzinha de garganta como a minha.
Ah! Por falar em dor de garganta, não há de ver que fui à farmácia e esqueci-me de comprar as minhas pastilhas Valda...
“Nunca gostei tanto do frio da nossa República de Curitiba, como agora. Só de pensar no Lula e no seu séquito de acampados. Se nenhuma autoridade age, pelo menos o frio toma providências!”
Edson Vidal Pinto