Edson Vidal

O Tempo; O Vento; E Os Chifres.

A marcha do tempo é inexorável; daqui oito meses acabará o ano. Com a Copa do Mundo e as eleições neste entremeio, dentre poucos dias teremos musiquinhas de Natal e vitrines de lojas enfeitadas com Papai Noel, renas e trenós.

É interessante que o tempo passa e o vento bate no livro da História e faz virar as suas páginas, onde os registros dos acontecimentos anteriores caem no esquecimento à medida em surgem os novos fatos. Exemplo disso é que a prisão do Lula já não tem o brilho dos primeiros dias, as tentativas de visitas “na marra”  estão perdendo o impacto, até o Boff com sua ação humanitária de querer obter a “confissão” do tal “preso político”, deixou de ser notícia.

Ninguém mais está ligando se o condenado continuará preso; só a vizinhança ordeira das imediações da Policia Federal é que está sofrendo os transtornos das presenças indesejáveis dos guerrilheiros do MST. 

As autoridades estaduais e municipais fingem que o assunto não lhes diz respeito. Como, não? É uma questão de segurança pública que impõe providências enérgicas para que desocupados e vadios desocupem aquele local.

E sabe por que a prisão do Lula não merece mais relevo? Porque surgiram novos fatos escandalosos para serem estampados nas primeiras páginas dos jornais; primeiro as peripécias do Temer com a Odebrecht, pela bondade dos diretores desta empreiteira em “doar” dinheiro para a família do Presidente, sem nenhuma intenção maldosa.

E segundo, pela aventada delação do Dr. Palocci, que arrastará de vez a corja lulapetista para as profundezas da mais torpe sarjeta. Dizem até, que resultará no fim do próprio PT e colocará na guilhotina cabeças coroadas de “impolutos” Magistrados. Ver para crer. Evidente que nesse turbilhão de corrupção e propinagem as notícias voam tão rapidamente que não dá tempo nem para maturar os fatos, tamanha a lama em que o país está metido. Aonde o Ministério Público Federal ou a Polícia Federal mexem, saem mil e uma histórias de terror.

A administração pública foi sugada pela avidez do lucro fácil; os agentes públicos comissionados ou não estavam libertos e fizeram tudo o que não podiam, com a certeza absoluta de estarem cobertos pelo manto da impunidade. Porém o mar de lama transbordou os limites e despertou a ira do povo, que saiu nas ruas exigindo providências e censurando publicamente a classe política. Quem tem culpa no cartório está de barbas de molho.

A população tem que acreditar nisso, pois esta é a esperança de novos dias. E o chifre? Onde entra o chifre nesta crônica? Ah! Bem lembrado, estava esquecendo-se de escrever a respeito: vale a pena ler. Imagine uma mulher, compromissada, chegando ao apartamento, sozinha, às quatro horas da manhã, abre a porta do quarto do casal, vê o namorido deitado na cama, de olhos fechados. Ela sem fazer barulho, muda rapidamente à roupa, põe um pijama de seda, de calça curta, puxa bem devagar a coberta, para não acordar o moçoilo e deita tão leve como uma pluma.

E quando foi respirar:
- Narizinho, onde você estava?
- Ah! Meu amor, você sabe muito bem: no acampamento da vigília cívica...
- Não acredito!
- Por que, amor?
- Você  está com hálito de cachaça na boca, não vai me dizer que você esteve na cela com ele?
- Não me deixaram entrar! 
- E por que está cheirando pinga!
- Você não repara mesmo, não é meu bem?
- Como?
- Lembra na despedida do dia da prisão? Viu o Lula bebendo na hora e que o padre rezava a missa?
- Vi...
- Viu uma fotografia na mídia em que ele me beijou na boca, sem eu querer?
- ???
- Pois é, desde então escovo os dentes cinco vezes ao dia e não sai da minha boca aquele cheiro de pinga...
- Quer que eu acredite?
- Neste momento amorzinho, eu quero mesmo que você pare de fazer perguntas e me deixe dormir. Estou exausta!
E cada um virou de costas para o outro e ambos caíram no sono. O sono dos injustos!
- Ei, e os chifres? (Foi o Eurico, outro amigo chato que eu tenho e estava me vendo escrever, que perguntou).
- Os chifres? 
- Sim, onde entram os chifres nessa história? (Insistiu o Eurico).
- Ora, a bem da verdade não sei! Se você quiser, que ponha os chifres em quem você achar que merece!
- Menos no Boff, não é mesmo? ( arrematou meu amigo com um sorriso de deboche entre os lábios).
- É, acho que menos no Boff... (conclui com o mesmo sorriso maroto).

“Tem mulher e tem a Gleisi. Chefe de Partido Político, capo do MST, líder do Movimento Sindical, porta-voz do terrorismo afegão, senadora, orientadora da classe operária e futura chefe do Tribunal Revolucionário. Tem o codinome “Amante”. Galega acima de qualquer suspeita!”
Edson Vidal Pinto

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