Conversa de Domingo!
Queira ou não a Copa do Mundo de Futebol está em todo lugar; nos canais de TV a imprensa esportiva tem um prato cheio para dizer suas costumeiras abobrinhas. Até uma mulher narrou uma partida inteirinha e entrou para a história.
Tem jogo todos os dias e para todos os gostos, infelizmente tem também seleções de países sem nenhuma tradição com a bola no pé. Aumentou o número de participantes e diminuiu a qualidade dos jogos. O futebol parece que está perdendo a graça. Só mesmo um Ronaldo Cristiano para justificar tanta parafernália e a Globo para promover o evento.
O brasileiro está voltando mais a sua atenção aos seus próprios problemas, que não são poucos.
- Bem que dizem: festa lá fora e agonia aqui dentro! - falou com tristeza o Tatinha, um septuagenário que ainda joga e gosta de futebol.
- Oi, amigo. Você também não está animado com a Copa? - Perguntei.
- Não muito, quero assistir o Brasil jogar e poucas partidas de outras seleções...
- Pois eu também - respondi.
- Claro e quando jogar o Ronaldo, a Espanha, a Alemanha e nada mais.
Eu assenti com um aceno de cabeça.
- Mas o “jogo” imperdível será na terça-feira. - disse o Tatinha.
- Na Rússia?
- Não, Brasília!
- ?
- Ora, meu amigo, o do Julgamento da Gleisi no STF.
- Ah! Bem lembrado; você tem um escore?
- Goleada com certeza, a condenação é favas contadas...
- Você acha? - Perguntei meio cético.
- Não tem erro, a prova deve ser documental e por isso a condenação será insofismável...
- Acho que você está confiando muito no STF.
- Nem tanto,mas pressinto que a moça do PT vai para o xilindró!
- Nem a defesa que o Requião fez no plenário do Senado, quando disse que ela é uma pessoa tão maravilhosa e bondosa que na juventude até pensou em ser freira para poder ajudar os pobres?
- Argumento pífio. Ela vai se ferrar!
- E o Lula? Será solto?
- Nem em pensamento...
- Por quê?
- Se ocorrer a soltura do Jararaca será o fim do Brasil. Haverá bagunça nas ruas e insatisfação generalizada do povo.
- Também acho.
A conversa estava animada e eu estava gostando da firmeza das opiniões do meu amigo, ele demonstrava não ter nenhuma dúvida sobre nada. Não parei de trazer à tona um novo assunto:
- Tatinha, o que você me diz do comunista e também radialista José Trajano, que quer transmitir pela rádio os comentários do Lula sobre as partidas de futebol da Copa do Mundo?
- Se acontecer será o fim da picada! - sentenciou com o cenho fechado. - A petizada cada dia que passa está ficando cada dia mais desmiolada, inventam mais jogadas para a mídia do que o nosso Neymar...
Também concordei com as colocações feitas. Foi daí que eu provoquei:
- Quem será o novo governador do Paraná?
- O Ratinho...
- Mesmo?
- É claro: ele é jovem, não está sendo indiciado e nem processado, não tem compromissos que o denigram e tem um pai que atrai multidões...
Tive que concordar, pois o Ratinho será uma renovação no cenário político. A conversa até que seria mais longa, se não fosse à chegada repentina do Bráulio, nosso amigo comum, que perguntou para o Tatinha:
- Vamos jogar futebol logo mais na cancha da Associação do Banco Central?
Foram as palavras mágicas para o meu velho amigo encerrar a conversa e logo sumir das minhas vistas. Foi quando caí na real: enquanto existir o futebol, o brasileiro só pensará num Brasil melhor e mais próspero, quando a bola se aposentar...
“É bom jogar conversa fora no domingo. É o primeiro dia da semana, reservado para descanso. E dialogar serve para socializar e fazer bons amigos”.
Edson Vidal Pinto