Edson Vidal

Desistir, Jamais!

Tem horas que assistir o “Jornal Nacional” e as barbaridades que acontecem no país, dá vontade de desistir de tudo e deixar que o pior aconteça. Não tem quem não se deixe abater com as notícias policiais e políticas do cotidiano, mostrando tanta insegurança e estultice, malandragens a rodo, desgoverno e deslavada corrupção.

Parece que o Brasil está jogado na lata de lixo, sem eira e nem beira, dominado por bandidos e governado por políticos demagogos e oportunistas. Óbvio que o cenário gera pessimismo, pois há muito tempo o país só anda para trás, deteriorado e cada vez mais longe de alcançar o primeiro mundo.

E pensar que estamos na véspera de novas eleições onde o povo ainda pode dar um passo decisivo para sair da crise. Basta escolher um bom nome para Presidente. Mas parece que nada acontece de positivo, a mesmice se repete e multiplica:
- O Alckmin conseguiu costurar a maior aliança com o “Centrão”! - gabou-se meu amigo Eufrásio, um partidário convicto do PSDB - Desta vez vamos vencer as eleições!
- Na verdade o que ele conseguiu mesmo foi reunir a bandidagem das fichas sujas ao seu redor...
- Como?!
- Se “gritar pega Ladrão, não fica um meu irmão!” 

E sem mais delongas, perdi um amigo. Eufrásio nem se despediu e deu no pé.
- Prefiro o meu candidato, companheiro! - foi à vez do Belarmino, outro amigo, que faz da ideologia do PT sua profissão de fé. - O Lula vai ganhar a eleição!
- Preso pode concorrer?
- O Gilmar garante que sim, nada que um habeas corpus não resolva...

Fiquei mudo e calado; resolvi não provocar para evitar o pior. 
- O Ciro é que é o homem certo nesta hora incerta! - disse o Mendonça, líder da Une e do Foro de São Paulo.
- Mas o cara é louco! - respondi sem pensar muito.
- Louco? Loucos são as elites, os conservadores, os retrógrados e os latifundiários! O Ciro é a esperança, o modernismo, pois ele vai implantar o comunismo cubano, e será o “che” de todas as lutas sociais!

Fingi que não ouvi, enquanto ele se afastava seguido por um pequeno séquito de Sem Terras.
- Gente o nome mais certo é o da  Marina, sim pois ela será a solução do país! - Desta vez quem  falou foi o Pedro, um militante inexpressivo que só abre a boca de quatro em quatro anos.
- A mulher cujo marido está acabando com a floresta Amazônica?- arrisquei provocar. 
- Intriga da oposição - respondeu na ponta da língua - ele está tirando poucas toras do lugar e nada mais. Acredite se quiser!

Permaneci calado.
- Quanta gabolice foi dita até aqui, meu caro. O Bolsonaro já está eleito - arrematou o Lima, um ex-boina azul, que pacificou o Canal  do Suez. Fiquei mudo, pois boca fechada não entra mosquito.

Foi quando finalmente o Paulinho da Vila Lindóia, que eu conheci em priscas eras, gritou:
- O Álvaro é a solução!

Ouvi e apenas esbocei um leve sorriso, permaneci silente. Sem reação, o Paulinho acabou indo embora. Daí então eu fiquei absorto em meus pensamentos. Estes são os nomes que o eleitor tem que escolher para ser o futuro Presidente da República. Como? Pesquisando a vida pregressa de cada um? Avaliando bem os seus aliados e acompanhantes? Escrevendo seus nomes em tiras de papel, colocando as mesmas dentro de uma caixa de sapato, e tirar um deles na pura sorte? Claro que não!

O eleitor deve ter consciência da importância de seu voto e escolher o seu candidato pelo seu passado, presente e futuro. Pois ninguém tem o direito de desistir do Brasil. À escolha tem que ser consciente e responsável.

O voto é a única arma que o eleitor tem na democracia, para combater o bom combate. Ninguém tem o direito de desperdiça-lo e nem desvaloriza-lo. Sendo certo também que nunca é tarde demais para votar pensando, ao menos, no futuro de nossos filhos e netos... 

“Não banalize o seu voto e nem desista do Brasil. Somos um povo ordeiro e trabalhador: queremos segurança, saúde e educação. A escolha de um nome para nos dirigir depende do bom senso e amor pelas futuras gerações!”
Edson Vidal Pinto

Atenção: As opiniões dos nossos colunistas, não expressam necessáriamente as opiniões da Revista Ações Legais.