Edson Vidal

Perda Irreparável.

Escrever o quê depois que o acervo de valor histórico inimaginável do Museu Nacional do Brasil, localizado no falido Estado do Rio de Janeiro, transformou-se em fuligem? Ninguém sabia que havendo início de incêndio não existia água nas redondezas para apagar o fogo? A despreocupação com que os agentes públicos tratam do patrimônio público já demonstra desídia e descaso; com prédios de repartições públicas sucateadas, escolas de ensino fundamental abandonadas e em petição de miséria, hospitais e Centros de Saúde precários e com falta de pessoal especializado, logo, seria demais querer que o patrimônio cultural, artístico e paisagístico pertencente à Nação Brasileira tivesse atendimento diferenciado. 

Para shows de cantores medíocres, investimentos em peças de teatro de péssimo gosto, para aquinhoar os “intelectuais”  do tipo Chico Buarque et caterva para publicações de livros , não faltam verbas, muito menos para sustentar a bizarrice de um Museu chamado Lula.

Para estes é que serve o Ministério da Cultura; para preservar a História do Brasil, no sentido mais amplo, total esquecimento. Não importa agora saber que o BNDE estava prestes a autorizar verba para que o Museu sinistrado pudesse recuperar toda a fiação elétrica de perigo latente, bem como para proceder a reparos na cobertura para impedir a infiltração de água da chuva e adotar efetivo aparelhamento  de proteção e prevenção de sinistros.

Agora, Inês está morta! Outro absurdo: como pode um Museu Nacional estar vinculado a uma Universidade Publica Federal, foco político-ideológico cuja administração, igual às das demais Universidades Públicas do país está voltada exclusivamente à lavagem cerebral de seu Corpo Discente, do que preocupada em espargir ensinamentos e zelar pela Cultura? Em cada tragédia é exposta de maneira cruel a verdade que existe atrás da enigmática e corpulenta máquina chamada de Administração Publica.

Adianta, depois de tudo destruído, que funcionários do Museu fizessem ato de protesto, “abraçando” o imóvel em escombros? Por que não protestaram antes, denunciando ao povo o abandono governamental? Também é tarde para o Ministério Público, que pela Lei tem o dever funcional de zelar pelo patrimônio cultural do país, querer instaurar Ação Civil Publica para apurar os responsáveis pela tragédia? Sem ter bola de cristal qualquer pessoa de senso médio, tem na ponta da língua os nomes dos culpados: o Promotor de Justiça encarregado de defender o Patrimônio Cultural; o Ministro da Cultura; o Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o diretor do Museu Nacional, todos incursos no crime de prevaricação, previsto no Código Penal. Cabe a estes indivíduos a punição exigível.

Claro que isto nunca vai acontecer e com certeza o eletricista do prédio é que vai ser condenado e mandado para o xilindró.  Se o Louvre é que tivesse sido incendiado com certeza, no mínimo, o Ministro da Cultura por vergonha teria renunciado ao cargo antes de ser demitido.

Claro que o Temer, dono do poder Executivo e que está se sustentando graças à costura feita com ministros de vários vieses ideológicos, que mal se sustenta pelos escândalos do qual é acusado, não tem tutano nem para pedir que o desavergonhado Ministro da Cultura peça exoneração do cargo pela tragédia ocorrida, ou que o faça deixar o governo por ato extremo.

E o brasileiro sequer se deu conta da perda deste patrimônio universal. E pensar que a preocupação de quem pensa neste país é querer modificar a cara dos políticos e renovar a política. Os mesmos serão reeleito; ademais, dizem os ideólogos modernos, Museu é coisa secundária e  só serve para recreação dos coxinhas ... 

“Museu é o local destinado para preservar a História de uma Nação; seu acervo não tem preço, sejam peças de época, obras artísticas ou fragmentos de civilizações passadas. É o patrimônio socio-cultural e moral de todas as gentes!”
Edson Vidal Pinto

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