Edson Vidal

Festa em Família.

Peço licença aos leitores para escrever com o coração esta crônica, fugindo de temas que possam interessar a todos, para me ater apenas a um acontecimento de cunho familiar.

É que o dia de hoje é muito especial. Volto aos verdes anos de minha vida quando comecei a namorar minha esposa, ela com catorze anos e eu acadêmico de Direito; quando eu a acompanhava cerimoniosamente por uma quadra e meia na Avenida Iguaçu, do portão do Colégio Sagrado Coração de Jesus até a sua residência, uma casa antes de chegar à Rua Brigadeiro Franco. Um trecho muito curto para os sonhos que alimentávamos.

Um dia fui surpreendido pela presença de seu pai em pé no portão, aguardando a chegada da filha. Foi um banho de água fria. Daí só nos falava por telefone, quando era possível. Na época sua irmã Sonia Mara, três anos mais velha, namorava com pompas oficiais o engenheiro civil Gilson Gomy de Ribeiro.

Quando minha mulher debutou, não fui seu par, mas “apareci” nas sombras e dançamos juntos até a festa acabar. Meus “sogros” Osvaldo e Dolores Vardanega fiscalizavam nossos passos com o zelo próprio dos genitores da época. Logo depois desse baile  e da festa de quinze anos da minha “menina”, Deus chamou meu “sogro” para o Lar Eterno.

Um vazio nunca mais preenchido. Nosso namoro foi mais esporádico e só conversávamos por telefone. Luto fechado. Namoro mesmo só o de minha cunhada. No ano seguinte como minha sogra não podia mais evitar o nosso namoro, permitiu nossos encontros no portão da residência e tempos depois na soleira da porta de entrada. Foi quando minha cunhada noivou e então eu pude participar de tão auspicioso acontecimento.

E quando esta casou com seu eleito,  fomos seus padrinhos de casamento no ato religioso. E hoje minha cunhada e meu concunhado estão completando Bodas de Ouro: cinquenta anos de feliz convivência, harmonia e amor. Teve um casal de filhos, ambos casados, o Marcelo reside em Curitiba; e a Patricia em São Paulo. Eles têm quatro netos, que completam a razão de viver e a felicidade.

E eu e minha esposa estamos juntos com o feliz casal nesse dia, juntamente com o filho Marcelo, nora e neta, prontos para logo mais à tarde participarmos da Missa na Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, em Guaratuba. Guaratuba? Sim, porque a filha está em São Paulo e a neta mais velha está estudando em Barcelona, Espanha, e só voltará ao Brasil no final do mês de outubro.

Em novembro os “noivos” com toda a família embaçarão em um cruzeiro marítimo pela Europa. Enfim, o dia é especial para eles e também para todos nós que amamos e convivemos com esse querido casal, que só deu alegria aos meus saudosos sogros pessoas que foram exemplos de dignidade e honradez. E no final deste ano a minha Rosa Maria e eu completaremos quarenta e nove anos de casados, nos espelhando no melhor exemplo que nossos amados cunhados sempre nos deram.

Eu não poderia deixar de escrever a emoção que sinto, no carinho que nos une e pela felicidade que temos de desfrutar de uma verdadeira vida familiar. Parabéns Sonia e Gilson, que a vida sempre lhes sorria...

“Quando a alegria é transbordante nos deixamos  trair por ela e acabamos escrevendo o que o coração manda. É o que estou fazendo hoje, sem nenhuma cerimônia. Afinal, não é todo dia que a família tem algum de seus membros completando Bodas de Ouro!”
Edson Vidal Pinto

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