Buscandoa verdadee acertan-
do contas com seu passado, o
Brasil estará preparando para
se reconciliar consigo mesmo.
Já se disse que aqueles que
não aprendem com o passado
estão condenados a repeti-lo.
A revelação das circunstâncias
dos crimes cometidos pelos
agentes da repressão naque-
le tenebroso período não tem
o sentido de vingança, mas
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mente vire essa página de seu
passado e, ao mesmo tempo,
permita às famílias das vítimas
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para que essas violações de direitos humanos jamais voltema acontecer.
por contade suas supostas limitações.Mas seela conseguir jogar luznopassado
tenebroso da ditaduramilitar – e tudo indica que o fará – dará uma contribuição
fundamental para consolidar nosso tenro Estado Democrático de Direito. Não
será pouca coisa numpaís de tradição autoritária como o Brasil.
Comissão da Verdade pode criar
condições de reconciliar o país
consigo mesmo
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ce os fantasmas de seu
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mente, estar permeando o Estado brasileiro. As assombrosas viola-
ções dos Direitos Humanos durante os anos de chumbo da ditadura militar
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tigar os crimes, torturas e mortes cometidas por agentes do Estado entre
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governo Fernando Henrique Cardoso; o diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, re-
lator da ONU para violação de direitos humanos; a advogada Rosa Maria Car-
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advogado José Paulo Cavalcanti Filho e a psicanalistaMaria Rita Kehl.
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de e Justiça”, organizado pelo Levante Popular da Juventude e realizados em
onze estados, são, semdúvida, umsintoma de que a sociedade civil não aceita
as torturas ea repressão impetradasduranteaditaduramilitar, tampoucoacei-
ta que os agentes do aparelho repressivo permaneçam escondidos e impunes
até hoje. Sobretudo é chegada a hora de abrir o baú das injustiças e, imbuídos
de coragem, dar nome, voz e cara para todos os envolvidos.
Alexandre Piccini é ator e autor da peça Filha da
Anistia, que leva para os palcos de todo o Brasil o
drama das famílias que tiveram entes desapareci-
dos durante a ditadura e até hoje buscam respostas
Alexandre Piccini
Divulgação