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Desafos da presidência do
Tribunal de Justiça do Paraná
A
Ações Legais publica tre-
chos da entrevista do de-
sembargador Clayton
Camargo, eleito presidente do
Tribunal de Justiça do Paraná,
concedida para a edição de de-
zembro da revista Novos Rumos,
da Associação dos Magistrados
do Paraná.
Para quem ainda não conhece o senhor, qual a trajetória do desembarga-
dor Clayton Camargo no Poder Judiciário paranaense?
Embora eu seja do Quinto Constitucional, tenho 20 anos de magistratura,
praticamente. Eu não consigo conceber que alguémque esteja namagistra-
tura não me conheça. Vim para o Tribunal após 20 anos de serviços presta-
dos aoMinistério Público, carreira paralela coma damagistratura. Conheço
muitos magistrados, inclusive muitos que se aposentaram. Fui funcionário
do TJ, desde 1964. A minha vida dentro da família forense é longa. Talvez,
pouca gente conheça a história do Judiciário paranaense como eu. Fui ser-
vente no TJ e passei a ser chefe da assessoria jurídica. Fico admirado de sa-
ber que algumas pessoas nãome conheçam. Fui o único presidente reeleito
do Tribunal de Alçada, instituição que, durante minha gestão, foi unifcada
com o Tribunal de Justiça.
DesembargadorClaytonCamargo, acriaçãodemais cargosdedesembarga-
dor, como foi decidida pelo Órgão Especial, o senhor considera necessária?
O aumento de serviço tem se verifcado no 1º e 2º graus. Em razão do apa-
relhamento concedido aos magistrados que estão em 1º Grau, algo que o
desembargador Miguel Kfouri Neto fez, e muito, durante a gestão que foi
muito profícua. O desembargador atendeu à defasageme necessidades dos
magistrados. Foram criados cargos de assessor, de maneira que os juízes
corresponderam com o aumento da prestação jurisdicional. Ora, se aumen-
taram o número de sentenças proferidas no 1º Grau, logicamente ocorrerão
mais recursos para o 2º grau e aumentará o trabalho dos desembargadores,
que já estão sufocados. Existem, se eu não me engano, nove mil processos
para serem distribuídos, que estão represados. Mas, a verdade é a seguin-
te, o Poder Judiciário estava defasado em condições materiais e humanas.
Para ir direto à sua pergunta, acho que esses cargos estão sendo necessá-
rios para que se possa atender a demanda que aumentoumuito no Tribunal,
em decorrência dada aos juízes na atual gestão.E como serão as tratativas
e relacionamento com os poderes Legislativo e Executivo, principalmente
para um aumento de repasse fnanceiro e, consequentemente, mais investi-
mentos e estrutura para o Poder Judiciário?
Tenho um ótimo relacionamento com o Governador Beto Richa e com o
presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni. Tenho um
flho deputado estadual e tenho excelente relacionamento com a maioria
dos deputados. Dentro desse ambiente de respeito que deve haver entre os
representantes dos três poderes, e consciente que o cargo de presidente do
Tribunal é, sim, ao contrário do que muitos entendem, na minha visão, é um
cargo político, de chefe de poder e na maioria das vezes devemos agir po-
liticamente. Com essa visão, acredito que conseguiremos um aumento do
repasse. A atual verba não é baixa, mas é insufciente.
Como o senhor espera se relacionar com a diretoria da Associação dos Mag-
istrados do Paraná?
O presidente do TJ é um chefe de poder. E como o nome já diz, a Associação
é entidade que congrega e age no interesse do magistrado, assim como o
Tribunal. Temos, com certeza, objetivos comuns. O que eu não posso é abrir
mão da condição de chefe de Poder. Porém, tenho excelente relacionamen-
to com o doutor Fernando Ganem e acho que a Associação dos Magistrados
está em excelentes mãos, pois o Ganem é ótimo juiz e acima de tudo muito
Fotos: Divulgação