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Despertando o interesse tanto do público leigo quanto do mais especializado, o li-
vro analisa em suas 560 páginas os acontecimentos que marcaram a humanidade
no último século (como a segunda guerra mundial e outros confitos), a criação dos
primeiros órgãos internacionais (tais como a ONU), as primeiras legislações interna-
cionais (como a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948), os movimentos sociais
marcantes (contra as ditaduras na América Latina, luta dos negros por direitos civis
e contra o Apartheid, movimento feminista, etc.) e os princípios que embasam o Di-
reito Internacional dos Direitos Humanos. Analisa também a transição para a demo-
cracia, com a queda das ditaduras latino-americanas. Em sua opinião a lei da Anistia
Brasileira feriu princípios éticos universais relativos aos direitos humanos.
Na segunda metade da obra, o autor formula sua própria concepção da ética dos di-
reitos humanos, nos presenteando comumbelíssimo exercício flosófco de procurar
compreender como é justifcável a existência universal dos direitos do homem para
todos os homens. Luiz Fernando Coelho explora situações práticas e contrastantes,
nas quais se faz necessária a refexão acerca da igualdade, cidadania, vida, liberdade,
ética, corrupção, globalização e outros conceitos num contexto de avanço tecno-
lógico e capitalismo fnanceiro. Combinando a crença nos direitos humanos com o
olhar de flósofo, o autor se debruça sobre temas atuais como o aborto, a eutanásia,
a corrupção política, a homofobia, a segurança, o terrorismo, o fundamentalismo,
direito ambiental e até a “ética” às avessas do “jeitinho brasileiro”.
Por fm, descreve a sua utopia de uma sociedade democrática, justa, solidária, liberta
e igual: Helênia, “uma organização social em que não haja fronteiras nacionais, nem
linguísticas, nem ideológicas”. Nessa sociedade utópica, os cidadãos não cumprem
as ordens porque têm medo da punição do Estado, mas porque acreditam nos valo-
res de segurança, paz, solidariedade, cooperação e justiça que fortalecem o convívio
democrático. Através da educação os valores humanitários são ensinados a todas as
pessoas desde a infância e elas convivem em respeito e harmonia porque acreditam
em tais valores. Ninguém precisa ser obrigado a cumprir a lei, pois cada um compre-
ende a importância do respeito ao outro e à democracia.
Na parte fnal, ele declara: “A revolução ética deve ser universal, voltada para a soli-
dariedade entre as pessoas e os povos; e a responsabilidade deve ser de todos, para
acabar com a miséria em qualquer lugar onde se manifeste. É a humanidade que se
emancipa em sua plenitude transcendental.”