Revista Ações Legais - page 118-119

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ESPAÇO DAS LETRAS
ESPAÇO DAS LETRAS
ENSAIO SOBRE A ORIGEM DOS
CONHECIMENTOS HUMANOS
Étienne Bonnot, tradução Pedro Paulo Pimenta, Editora
Unesp, 383 páginas, R$ 69,00
Mistura de empirismo radical e filosofia da linguagem,
a obra de estreia de Étienne Bonnot de Condillac, é sin-
gular na história da filosofia. Nela surge uma sistemá-
tica e minuciosa reconstituição das operações da alma
humana, ao mesmo tempo em que se retraça a geração
das faculdades do pensamento. A intenção de Condillac
é destronar a “metafísica ambiciosa” dos sistemas do
racionalismo clássico e fundamentar os alicerces de
uma ciência, hoje conhecida como “semiótica, ou ciên-
cia dos signos”.
“’O livro de Condillac deveria inaugurar uma ciência sem nome. E ela só poderia
se tornar possível através de uma crítica da metafísica.’ Com essas palavras, Ja-
cques Derrida inicia “A arqueologia do frívolo”, um ensaio sobre Condillac publi-
cado pela primeira vez em 1973 como apresentação ao Ensaio sobre a origem dos
conhecimentos humanos (1746)”, anota o organizador e tradutor do texto, Pedro
Paulo Pimenta. “Derrida confirmava assim o lugar de Condillac no panteão dos fi-
lósofos eleitos pelo estruturalismo (e pelo pós-estruturalismo) como referências
indispensáveis ao pensamento contemporâneo.”
O livro é composto por três partes. A primeira dedica-se a examinar os “materiais
de nossos conhecimentos” e as “operações da alma”; a segunda, praticamente do
mesmo tamanho, versa sobre a linguagem e o método. “A descontinuidade entre
eles, no plano textual, é patente”, anota Pimenta. [A primeira parte] encerra-se
com uma discussão sobre o papel dos sentidos na formação das ideias de pessoas
desprovidas da visão. [A segunda] abre-se com uma história hipotética da origem
e do desenvolvimento da linguagem, o que parece não ter relevância direta para
o que foi dito antes. Mas a quebra entre as duas partes é apenas aparente e reco-
bre uma continuidade profunda.” Há ainda ao final excertos de Arte de escrever,
outro texto de Condillac.
Sobre o autor
- Étienne Bonnot, abade de Condillac (1714- 1780), foi um dos mais
radicais e significativos expoentes do empirismo do período das Luzes. Influen-
ciou fortemente seus contemporâneos – com destaque para Diderot, D’Alembert
e Rousseau – e permanece como referência para a filosofia de nosso tempo. Dele,
a Editora Unesp publicou Lógica e outros escritos (2017).
A ARTE DE PERTENCER
Fernando Moraes, Editora Novo Século, 128 páginas, R$
34,90
A Arte de Pertencer escrito por Fernando Moraes, profes-
sor universitário e humanista formado em Ciências Sociais,
Filosofia, Teologia e Direito, e também especialista em Ela-
boração e Gerenciamento de Projetos Sociais, discute as
relações atuais da humanidade e conta algumas de suas
experiências vividas em missões sociais.
Em seu trabalho humanitário, o autor viajou para diversos
locais do Brasil e a África. Mesmo tendo uma infância difícil,
Fernando batalhou e estudou muito, e graças à educação
teve oportunidade de crescer. Com suas obras ele deseja
passar o que aprendeu adiante.
Livro inspirador faz uma reflexão sobre o esvaziamento de relações, a forma que as pes-
soas agem em sociedade, e a convivência na era da convergência de mídias.
Segundo o autor, o sentimento de pertencer virou um desafio na sociedade atual, com
sua personalidade resiliente e caráter humanitário, Fernando se compromete em mos-
trar, em seu livro, as coisas do cotidiano que fazem a vida valer a pena.
O ato que desperta o sentimento de pertencer começa quando as pessoas reconhecem
suas fragilidades e ignoram a separação que a sociedade impõe, seja de idioma, classe
social, cultural etc. Acima de tudo, a obra do humanista faz pensar.
“Pertencimento não é uma ferramenta de gestão, muito menos uma ciência. Pertenci-
mento é uma forma de se ver no outro, de entender que, apesar das diferenças, somos
participantes da vida.”
Sobre o autor
- Fernando Moraes é Filósofo Social e humanista, inquieto e curioso. Cur-
sou Ciências Sociais, Filosofia, Teologia e Direito. É especialista em Elaboração e Geren-
ciamento de Projetos Sociais e professor universitário. Já realizou muitos trabalhos no
campo missionário em comunidades pobres. Foi Consultor Social da OIKOS Portugal
– Cooperação e Desenvolvimento em Angola (Luanda e Huíla), no Projecto Jango, em
2007 e 2008; foi consultor da Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos
Assistenciais) na Bahia e na Amazônia, para projetos sociais e de formação de lideranças
no Sertão. Foi ainda Secretário Municipal de Desenvolvimento Social e também Secre-
tário da Educação da cidade de Hortolândia (SP). Fernando Moraes é palestrante nos
temas cidadania ativa, protagonismo social e comunitário, responsabilidade pessoal,
civil e social, voluntariado alterativo, desenvolvimento como conceito de totalidade e
pertencimento social.
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