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Ações Legais
- Coma reabertura do Laboratório deHipnose Forense, o Sr. acre-
dita numa maior solução de crimes?
Reinaldo de Almeida César
- Sem dúvida. As ciências de apoio às ativida-
des periciais são muito importantes. A reabertura deste setor contribuirá
decisivamente na elucidação de crimes complexos. O Laboratório de Hip-
nose Forense, o único da América Latina especializado no uso desta técnica
para colaborar com a investigação de crimes. O serviço foi inaugurado em
setembro de 1998 e funcionou até outubro de 2008, quando foi desativado.
Agora, foi reaberto para melhorar a solução de inquéritos criminais. A rea-
tivação do laboratório faz parte das medidas de reestruturação e valoriza-
ção dos institutos de Criminalística e Médico Legal incluídas no Programa
Paraná Seguro. Essas unidades são fundamentais para a solução de crimes
e consequente punição dos culpados. A hipnose é feita com vítimas ou tes-
temunhas de crimes como estupro, homicídio, atropelamentos, assaltos e
sequestros, desde que elas concordemcomo procedimento. A técnica é uti-
lizada em casos de trauma psicológico – chamado transtorno de estresse
pós-traumático –, que provoca amnésia parcial ou total do momento do cri-
me. Quando técnicos do Instituto de Criminalística ou delegados percebem
difculdade de a vítima descrever o crime ou criminoso, eles a encaminham
ao laboratório.
Ações Legais
- O governo federal vai repassar recursos para a minimizar a
questão da superlotação em cadeias e prisões. Mas a superpopulação não é só
uma questão de infraestrutura. Têm muitos presos que já poderiam estar sol-
tos. Como o secretário vê a realização de mutirões carcerários? Qual a popula-
ção carcerária no estado hoje e qual o défcit?
Reinaldo de Almeida César
- De novo, um diagnóstico perverso. Quando
assumimos o governo, o Brasil todo registrava 50 mil presos indevidamen-
te custodiados em delegacias de polícia. Só o Paraná tinha 16 mil presos. É
uma triste marca. Havia mais presos em delegacias do que no sistema peni-
tenciário do Paraná, ou seja, mais presos sob a custódia da Secretaria de Se-
gurança Pública do que da Secretaria da Justiça, que administra a questão
carcerária no estado. Preso em delegacia deve ser provisório, temporário.
Estamos trabalhando para inverter
esta equação.
Ações Legais -
Emoutros estados exis-
te uma rivalidade entre as políticas Ci-
vil e Militar? Isto acontece no Paraná?
Reinaldo de Almeida César
- De
maneira alguma. Ao receber o con-
vite do governador Beto Richa, logo
após a eleição, perguntei a ele três
coisas: se teríamos capacidade de
investimento; se eu poderia fazer
uma gestão técnica, sem ingerên-
cias políticas e se eu teria autonomia
plena para montar a equipe. Neste
segundo ano de gestão, faço justiça
ao governador. Ele vem cumprindo
integralmente com estes três com-
promissos que frmou comigo. As-
sim, escolhi pessoalmente – com a
responsabilidade da escolha – o de-
legado geral da Polícia Civil e o co-
mandante da Polícia Militar. E disse
a ambos que o requisito fundamen-
tal para exercerem tais funções se-
ria a capacidade de integração, que
criassem em suas corporações a cul-
tura da sinergia, da integração abso-
luta das forças de polícia. É preciso
que as forças policiais se unam, des-
pidas de vaidades. Há espaço para
todos, na segurança pública. Temos
plena cooperação entre as forças,
aqui no Paraná.
Perfl
Reinaldo de
Almeida César Sobrinho
Natural de Ponta Grossa, Rei-
naldo de Almeida César é de-
legado de Polícia Federal,
formado em Direito pela Uni-
versidade Federal do Paraná,
onde também lecionou na ca-
deira de Direito Penal. Possui
pós-graduação em Gestão de
Segurança Pública pela Univer-
sidade de Brasília. É presidente
licenciado da Associação Na-
cional dos Delegados de Polícia
Federal. Entre outras funções
na Polícia Federal, foi chefe da
divisão de cooperação interna-
cional e responsável pelo es-
critório central da Interpol no
Brasil. Trabalhou no gabinete
de Segurança Institucional da
Presidência da República e co-
ordenou a equipe de seguran-
ça do candidato Geraldo Alck-
min nas eleições presidenciais
de 2006. Já foi chefe de gabi-
nete do governador do Paraná
e secretário de Administração
e Negócios Jurídicos da Prefei-
tura de Ponta Grossa.