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Com relação ao sistema eleitoral proposto, Reis afrma que não há dúvidas de que a elei-
ção proporcional em dois turnos com voto em lista vai distribuir as forças como elas real-
mente de fato são. “Hoje o que se vê é o benefício do grupo político dominante porque
ele consegue com facilidade captar os deputados que são eleitos individualmente. Os
parlamentares não se sentem devedores dos partidos políticos, porque a eleição é indi-
vidual. Se eles fossem devedores do partido, ao serem eleitos, eles se manteriam como
foram. Se ele é governista, continuará governista, se é de oposição, continuará de oposi-
ção”, sustentou Reis.
Prós e contras
Apesar de apontar falhas em alguns artigos, Clèmerson Merlin Clève e Olivar Coneglian
elogiaram o projeto. “Acho a proposta realmente extraordinária, porque ela permite que
o eleitorado brasileiro possa debater o assunto. Ela parte do princípio de que podemos
aperfeiçoar as instituições de maneira incremental, não precisamos, portanto, de gran-
des revoluções, assembleias constituintes”, disse.
Na opinião de Clèmerson Clève, tanto o voto em lista quanto o fnanciamento exclusiva-
mente público contribuem para a manutenção de grupos políticos no poder. “Para evitar
que isso aconteça, a proposta prevê que ao lado do fnanciamento público exista um f-
nanciamento privado pelos eleitores, não pelas empresas”, afrmou.
“Em relação à lista fechada, temos na proposta dois fatores que tentam resolver esse
problema: o primeiro é a democratização interna dos partidos. Inclusive com a escolha
dos nomes que comporão a lista, a partir de primária partidárias. E o segundo fator é o