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O Debate entre John Rawls e Jurgen
Habermas sobre a Concepção
de Justiça
Fabiano Ferreira Furlan, Arraes Editores, 279
páginas, R$ 75,00 e 107 páginas, R$ 39,00
O Promotor de Justiça de Minas Gerais, Fa-
biano Ferreira Furlan, lança os dois livros
temáticos, um sobre corrupção e outro so-
bre concepção de justiça. Na obra “A Cor-
rupção Política e o Estado Democrático
de Direito”, o autor relaciona os esforços
de mais de oito anos de pesquisas sobre o
tema da corrupção política. De acordo com
o promotor, o trabalho trouxe uma compre-
ensão mínima sobre o Estado Democrático
de Direito através da fixação de suas bases
estruturais. Além de demonstrar como a
corrupção efetivada por agentes políticos,
transforma o modelo idealizado em um Es-
tado Cleptocrático de Direito.
“Dessa forma, desrespeitando a constituição, as hierarquias de poderes e direi-
tos dos cidadãos, destaco a corrupção no processo político-eleitoral, no proces-
so legislativo e na aplicação das normas que se materializa na interpretação cons-
titucional como instrumento de reprodução do status quo (situação atual) e de
impedimento de seu efetivo combate”, ressalta o autor.
Já, a obra, “O Debate entre John Rawls e Jurgen Habermas sobre a Concepção
de Justiça” reflete as concepções de justiça de dois expoentes do pensamento
humano, John Rawls e Jurgen Habermas. “Na obra, apresento o valioso debate
entre tais pensadores, abrindo, dessa forma, caminho para vigorosas reflexões
sobre o sentido da justiça, presença indispensável junto ao público, instituições e
convívio social”, completa o promotor.
Segundo Fabiano Furlan, os dois livros são resultados dos estudos aprofundados
durante sua caminhada pelo direito, além da insatisfação com a corrupção políti-
ca no Brasil. Os rankings da Transparência Internacional também foram compo-
nentes essenciais para a construção dos livros.
As Letras da Lei
Organizado por Pierre Moreau, Editora Casa
da Palavra, 136 páginas, R$ 35,00
Lançamento da Editora Casa da Palavra, a
obra reúne contos inéditos do primeiro time
do Direito brasileiro. Organizado pelo advo-
gado Pierre Moreau, o livro apresenta textos
dos ex-ministros Eros Grau, José Gregori e
Miguel Reale Junior; e dos juristas e advoga-
dos Denis Borges Barbora, Eduardo Muyla-
ert, José Alexandre Tavares Guerreiro, José
Renato Nalini, Luciana Gerbovic, Luis Fran-
cisco Carvalho Filho, Luis Kignel, Marcelo S.
Barbosa e do próprio Moreau. Além de um
conto, Eduardo Muylaert participa do livro
com fotografas de São Paulo, a partir de seu
olhar atento e detalhista sobre a cidade. Cri-
mes de sangue, crimes políticos, o suspense,
o xadrez intrincado da verdade e da mentira,
o álibi, a traição conjugal, o plágio, a fraude, o erro, a corrupção, a pena de morte e a
violência do cárcere. Elementos que cercam o universo do mundo do Direito sempre
servem como fonte de inspiração para tramas que fascinam leitores e espectadores.
“O que leva um grupo de advogados, juristas e ministros a correr riscos na literatura?
Acostumados a produzir textos de técnica impecável, fechados em signifcados e in-
terpretações, exercitamos aqui uma nova possibilidade: a de extravasar conhecimen-
to, unindo arte e a experiência de anos com o Direito”, explica Pierre Moreau.
A inspiração de Moreau para a realização do livro veio a partir da experiência que o
advogado teve no curso de Direito de Harvard, na década de 80. A Universidade ofe-
recia uma cadeira denominada Lei e Literatura, como forma de permitir que os estu-
dantes de Direito pudessem ter em Shakespeare, Dostoiévski, Kafa e outros autores
conhecidos os subsídios para a construção do próprio discurso e para o aperfeiçoa-
mento da escrita jurídica. Desde então, Moreau guarda carinhosamente a memória
desta vivência e o plano de tornar prática a reunião de escritos literários assinados
por advogados de renome. “Sempre acreditei nesse caminho como uma forma ef-
ciente para fazer chegar aos advogados e ao público em geral o amplo conhecimento
e as impressões que a carreira proporciona”, ressalta ele. Dentre as vantagens da
fcção, o organizador destaca a liberdade da escrita. “No livro não somos reféns do
sigilo, do tempo, da precisão. Aqui, somos apenas devotos das palavras no que elas
têm de dual e volátil, na beleza de seu signifcado amplo, na variedade de sons que
revelam contos”.