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Maré de Justiça faz
balanço positivo de
atendimentos no litoral
Por Tatiana de Oliveira - Fotos de Zinho Gomes
Integrantes da ação Maré da Justiça, realizada no litoral do Paraná
D
epois de três dias (24, 25, e 26 de julho) percorrendo o litoral paranaense, a ação
Maré de Justiça, realizada por grupo voluntário de advogados, jornalistas, estu-
dantes, observadores da Justiça, OAB Paraná e do Ministério Público, contabiliza
mais de mil atendimentos a pescadores e seus familiares de Superagüi, Guaraqueçaba,
Ilha das Peças, Ilha Rasa, Paranaguá e Antonina, afetados por dois acidentes ambientais
ocorridos em 2001. A iniciativa foi criada com o objetivo de transmitir informações atua-
lizadas sobre os processos, de maneira individualizada, visando evitar que famílias sejam
lesadas no recebimento do saldo remanescente das indenizações, ampliando o nível de
segurança dos benefciados.
Com as informações desencontradas que chegaram aos pescadores, inclusive provenien-
te de instituições fnanceiras, muitos deles acreditavam que o dinheiro sumiu e que pode-
riam ser lesados. “Esta situação trouxe revolta e desconfança aos moradores da região.
Por isso, tomamos a decisão de prestar esclarecimentos, já que os processos são indivi-
duais e rastreáveis. Os processos chegaram ao fm, o dinheiro está nas contas judiciais e
as famílias vão aos poucos ter acesso a esse saldo”, afrmou o advogado Fabiano Neves,
sócio do Bahr, Neves e Mello Advogados Associados, um dos escritórios responsáveis
pelas ações.
Todas as informações públicas dos processos, mesmo que sejam de outros advogados,
foram repassadas por meio da Maré de Justiça, tais como número dos processos, locais
dos processos, telefones dos advogados e da OAB. “Não queremos que mais uma vez
essas famílias sejam enganadas, por isso ofciamos Ministério Público, OAB e delegados
de nossa presença aqui no Litoral, para garantir a lisura e a transparência dessa ação”,
pondera o advogado Neves, que está envolvido com o processo há 13 anos.
A recente prisão dos advogados Levi de Andrade e Jorge Luiz Mohr, que lesaram os pes-
cadores, a morosidade da Justiça na liberação dos pagamentos de indenizações e a mu-
dança de instituição fnanceira responsável pela administração das contas judiciais refor-
çou a preocupação dos pescadores.
“Em uma ação como essa, que se desenvolve há 13 anos, são muitos os fatores que geram
confusão, a principal é a falta de conhecimento jurídico, que deve ser prestada pelos pro-
fssionais. Mas quando se soma a ação de estelionatários, querendo se aproveitar destes
Advogado Fabiano Neves passou informações para os pescadores de Superagüi