Page 29 - 09

This is a SEO version of 09. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »
56
57
Distribuição de senha agilizou o
atendimento, realizado em 10 guichês
Indenizações ampliam renda
de pescadores afetados por
crime ambiental
O
escritório Bahr, Neves, Mello e Advogados Associados efetuou o pagamento das
indenizações aos pescadores afetados pelo acidente ambiental ocorrido com o
navio-barcaça da Norsul em 2008, no estado de Santa Catarina. Depois de seis
anos de espera, cerca de 2.100 pescadores, catadores e coletores de mariscos São Fran-
cisco do Sul, Itapoá e de Joinville, representados pelo escritório, foram indenizados.
O acordo judicial, frmado entre a Companhia de Navegação Norsul, a Arcelor e os pes-
cadores, foi homologado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no dia 1º de julho. A
Companhia Seguradora Internacional, responsável pelo pagamento, efetuou a transfe-
rência internacional dos valores e, no dia 10 de agosto, a remessa das indenizações foi li-
berada pelo Banco Central e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
SÃO FRANCISCO DO SUL
Os cerca de 1.200 pescadores de São Francisco do Sul foram os primeiros a receber seus
cheques. Segundo os advogados do escritório Bahr, Neves, Mello e Advogados Associa-
dos, que representa 80% dos pescadores na ação movida contra a Norsul e Arcelor, o
pagamento das indenizações deve injetar em torno de R$ 16 milhões na economia local.
Cada pescador deve receber, emmédia, R$ 15 mil de indenização pelos prejuízos sofridos
à atividade profssional.
Os pagamentos aos pescadores foram realizados no Ginásio de Esportes Dauro Starzk.
A postura das empresas Norsul e Arcelor foi elogiada pelo escritório Bahr, Neves, Mello
e Advogados Associados. “Diferente de outras ações ambientais, neste caso o acordo
frmado entre os pescadores e a Norsul e a Arcelor, defnindo um valor único de indeniza-
ções, agilizou o ressarcimento a estas famílias, evitando ummaior confito social”, afrma
o advogado Fabiano Neves.
Se por um lado o acidente trouxe danos ao meio ambiente, de outro o prejuízo dos pes-
cadores foi sentido no bolso, uma vez que a maioria tem na pesca sua única fonte de
renda. “Se não fossem meus flhos para me ajudar, não sei o que seria. Vivia da pesca e,
na época, o comércio de peixes e camarão diminuiu muito, porque a maioria das pessoas
não comprava mais nada, dizendo que estava tudo contaminado”, lembra o pescador
Pedro Bernardes, 63 anos. “Vai dar para fazer muita coisa com esse dinheiro, quero até
comprar um motor novo para o meu barco”, afrma seu Pedro. “Depois do acidente, o
que se via era uma grande quantidade de peixes, camarões e mariscos mortos na beira do
mangue”, conta a pescadora Valcinir Silvestre da Conceição, 55 anos. “O dinheiro vai me
ajudar para ver se consigo comprar uma casinha em Joinville, para fcar mais perto dos
meus flhos”, completa Dona Valcinir.
Pescadores formaram longas flas para receber os valores de indenizações
Cerca de mil pescadores receberam seus
cheques nominais
Dona Valcinir quer investir dinheiro de
indenização na compra de imóvel
O advogado Heroldes Bahr Neto passando
informações a pescadores
Fotos: Zinho Gomes e Tatiana de Oliveira