58
59
ITAPOÁ
Oescritório Bahr, Neves, Mello e Advogados Associados entregou os cheques da indenização
a cerca de 400 pescadores, em uma ação que durou pouco mais de três horas e que movi-
mentou o pavilhão do Expoverão. Também em Itapoá cada pescador recebeu R$ 15 mil de
indenização pelos prejuízos sofridos à atividade profssional. A exceção foram os pescadores
contemplados com acordo, para o recebimento de pensão alimentícia mensal, que tiveram
estes valores descontados do total.
Para o advogado Saulo Bonat de Mello, a postura Norsul e Arcelor deve servir de exemplo a
outras empresas, em ações que geram dano ambiental e social. “Este acordo, frmado entre
as empresas e os pescadores demonstra respeito e consciência, na medida em que permitiu
reduzir para cinco anos uma ação que poderia ter levado até nove anos. Com o acordo foi
possível não apenas defnir umvalor único, mas tambémagilizar o ressarcimento das famílias,
que perderam seu sustento e foram afetadas em seu modo de vida”, afrma o advogado.
Primeira pescadora a receber sua indenização, Veridiana Gomes de Almeida, de 34 anos, es-
tava ansiosa até receber a senha de atendimento. “Cheguei às três horas da manhã e depois
de seis anos de espera, saio satisfeita commeu cheque na mão. Esse dinheiro chega em boa
hora, já que estou commeu pai muito doente”, afrma.
Filha de pescador, Janete Gonzaga é nativa de Itapoá e foi uma das pessoas que teve a vida afe-
tada pelo acidente ambiental em 2008. “Ficamos todos muito temerosos, nossa família inteira
temsustentona pesca e não sabíamos oque ia acontecer.Mas a resposta foi rápida e, comesse
cheque, sonho emerguer minha casa, já que até hoje vivemos de favor”, conta Janete.
JOINVILLE
A ação organizada pelo escritório Bahr, Neves, Mello e Advogados Associados tambémmo-
vimentou o Morro do Amaral, em Joinville, com o pagamento das indenizações aos pesca-
dores da Baia da Babitonga. A aposentada Laura Gomes, de 65 anos, aguardou pouco mais
de uma hora na fla, entrou no local de pagamentos com certa difculdade para caminhar
e depois de dois minutos de atendimento, saiu com um cheque de R$ 15 mil em mãos. No
rosto ela estampava um sorriso de alívio e quando questionada o que faria com dinheiro, a
resposta foi direta. “Vou pagar uma consulta para mim e meu marido, é muito difícil depen-
der do SUS”, conta dona Laura.
Histórias comoadedona Laura se repetiamao longododia, comoumsenhor que caiuempran-
tos quando soube que, depois de seis anos aguardando, ia receber sua indenização. “Em aci-
dentes ambientais como este ocorrido em 2008, os danos causados aomeio ambiente, muitas
vezes, são possíveis de mensurar. Mas poucos têm ideia dos impactos sociais. Em regra as pes-
soas compreendema importância domeio ambiente,mas não temos efetivamente a dimensão
do valor para a vida e para o cotidiano das comunidades. Esta preservação requer, de fato, um
empenho de toda a sociedade e dos governos”, afrma o advogado Saulo Bonat deMello.
Em Itapoá o movimento dos pescadores
começou de madrugada no Expoverão
Veridiana Gomes de Almeida foi a primeira
pescadora a receber sua indenização
Famílias inteiras atentas no momento em
que as senhas foram distribuídas
O advogado Saulo Bonat de Mello
acompanha um atendimento em Itapoá
Acidente da Norsul em 2008 afetou a vida
dos pescadores da Baia da Babitonga
Depois de aguardar 6 anos, pescadores de
Joinville receberam suas indenizações
Cheque da indenização trouxe emoções e
lembranças à aposentada Laura Gomes
Apesar da fla que se formou, atendimento
aos pescadores foi agilizado
As famílias de pescadores falecidos ainda
terão que aguardar para receber