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lado, mas parte de um histórico de violência que culmina em morte. “Se os agressores
forem identifcados e sancionados de forma efcaz e as vítimas forem protegidas desde a
primeira agressão, com apoio total do Estado e da sociedade, acredito que seremos capa-
zes de diminuir esses números”, ressalta. No Brasil, a política de enfrentamento à violên-
cia contra a mulher e a Lei Maria da Penha estão sendo implementadas para atingir esse
objetivo, por meio dos serviços especializados de assistência, das Delegacias da Mulher
e dos Juizados, Promotorias e Defensorias Especializados. Mas ainda temos um caminho
longo a percorrer para a universalização do acesso à Justiça e aos serviços de proteção, e
também para a mudança das mentalidades.
Aparecida ressalta que, por um lado, as mulheres que ingressam no mercado de trabalho
conseguem se empoderar e aumentar seu grau de independência e autonomia, tanto
fnanceiramente quanto em relação à própria autoestima. Isso as ajuda a sair de relacio-
namentos abusivos e a denunciar violências sofridas no espaço público ou privado, por
exemplo. “Mas há também uma reação masculina ao empoderamento da mulher, que é
a não aceitação da relação de igualdade. Isso pode se transformar em violência e pode
ocorrer tanto no espaço privado – no caso das relações íntimas de afeto e a tentativa de
controle pelos parceiros violentos – quanto no espaço público”. A mulher hoje ocupa
cada vez mais o espaço público, as ruas, ônibus e metrôs. A intimidação, o assédio e a
violência sexual são formas de negar o espaço público a elas, de tentar “enquadrá-las”
novamente no papel que a sociedade patriarcal reservava às mulheres no passado. “A in-
serção no mercado de trabalho, porém, não é a única causa. Acredito que o preconceito,
a discriminação e a cultura machista são os principais fatores do feminicídio”, fnaliza.
Fonte Agência CNJ de Notícias