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Livro mostra estudos
sobre educação no
sistema penitenciário
A
s professoras Ires Aparecida Fal-
cade-Pereira, do Sistema Peni-
tenciário do Paraná; e Araci Asi-
nelli da Luz, da UFPR, lançaram o livro “O
Espaço Prisional – estudos, pesquisas e
refexões de práticas educativas”. Com
12 artigos produzidos por pesquisadores
nacionais e internacionais, a obra foi or-
ganizada pelas professoras.
A obra faz um compilado de estudos,
pesquisas e refexões de pesquisadores
brasileiros, argentinos e espanhóis, apre-
sentandoumnovoolhar e uma nova pers-
pectiva sobre o sistema prisional como
espaço de ressocialização do detento.
Com foco nas pessoas privadas de liber-
dade e na formação de professores para
esta realidade, essa obra constitui-se
pelo compromisso coletivo de pesquisa-
dores que, em contextos diferenciados, olham numa mesma direção: a educação como
direito, afrmam as professoras Ires e Araci.
Ao prefaciar o livro, a secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria
Tereza Uille Gomes, destacou que o Brasil é o quarto país commaior população carcerária
em números absolutos e que a mais simples projeção estatística indica um cenário extre-
mamente preocupante para o futuro, podendo chegar a mais de um milhão de presos
em dez anos. “O cenário que se apresenta impõe refexões importantes sobre o papel do
sistema penitenciário como mecanismo de controle social e como espaço importante de
ressocialização”, diz.
Para ela, a pesquisa acadêmica sobre o espaço prisional, “conforme se verifca nesta obra,
possui grande importância para obter base concreta para se pensar e elaborar uma polí-
tica criminal em sentido amplo – e não apenas política penal – que efetivamente corres-
ponda às necessidades sociais”.
Ressocialização
Como resultado da determinação da atual gestão governamental de investir esforços na
ressocialização e reinserção social dos presos, por meio do trabalho e do estudo, o Para-
ná chega ao fnal de 2014 com 45,64% dos 13.562 presos condenados estudando.
Se foremconsiderados tambémos presos provisórios, o total dos que estudamé de 7.166,
equivalendo a 39,9% dos 17.961 detidos em penitenciárias do estado. Se considerar ainda
os outros 27% de presos que estão trabalhando, o Paraná tem hoje mais de 2/3 de presos
em processo de ressocialização e reinserção social.
O livro
Lançado pela Editora Appris, o livro traz 12 capítulos, organizados em quatro partes. Os
primeiros quatro capítulos trazem os “Aportes teóricos”, apresentando refexões sobre
A produção acadêmica acerca da educação em prisões de 2000 a 2012; O papel da prisão
como mecanismo de controle social ao longo da história; Educação em contextos confi-
tivos e punitivos; e O sentido e o signifcado da docência na perspectiva de educadores
aprisionados.
A segunda parte - “Refexões” - traz dois capítulos, um sobre O direito à educação em
contextos de privação de liberdade e outro sobre As feridas sociais expostas na literatu-
ra. A terceria parte – “Mulheres” - é formada por quatro capítulos: Mulheres encarcera-
das de João Pessoa – (PB) e suas biografas de aprendizagens; Visões sobre educação: o
caso de uma instituição penitenciária feminina no interior paulista; As mulheres presas e a
violência de gênero; e A escola como espaço de (re)socialização e (re)inserção social para
mulheres em privação de liberdade.
A última parte do livro apresenta dois relatos de experiência: Modelagemmatemática no
cárcere e o Projeto Diálogos: desenvolvendo potenciais e alinhando ações, relato de uma
experiência com os profssionais no sistema socioeducativo do Rio de Janeiro.