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Jurista aborda a
educação como caminho
para reduzir violência
Professores Luiz Flávio Gomes, Rodrigo Régnier Chemim Guimarães, da Pós-graduação do
Unicuritiba, e Alex Rosenbrock Teixeira, coordenador da Pós-graduação do Unicuritiba.
O
professor Luiz Flávio Gomes, jurista e fundador da primeira rede de ensino telepre-
sencial da América Latina cedeu uma entrevista sobre violência, participou do Semi-
nário de Atualização Profssional, promovido pelo Programa de Pós-Graduação do
Unicuritiba, e falou sobre a educação como caminha para reduzir os índices de violência no
país.
Autor do livro “Beccaria (250 anos) e o drama do castigo penal - civilização ou barbárie?”, ele
conta que sua preocupação com a justiça sobre a violência iniciou quando ainda era menino.
“Meus pais sempre se preocuparam com justiça e desde criança, em casa e na escola, minha
formação foi pautada nisso. Na faculdade, eu me encontrei com o curso de Direito, pois era
exatamente tudo aquilo com o que eu sonhava”.
Para Gomes, a questão da violência está ligada com a história de vida de cada pessoa. “Tem
muita gente que temuma história de vida de total alienação emrelação à violência e principal-
mente a violência institucional recorrente da formação de classes sociais”, comenta.
Beccaria
Beccaria escreveu um livro, no século XVIII, coma preocupação de uniformizar a aplicação do
Direito e da lei. A lei na época dele existia demaneira distinta do poder de classe social. E essa
diferenciação é profundamente ligada com a diferença da cultura. Para Beccaria, o ideal seria
todos sermos iguais.
Gomes acredita que a desigualdade no Brasil vem do nosso DNA, pois os portugueses eram
extremamente desiguais. “Quando os portugueses descobrem o Brasil, eles já têm uma tra-
dição escravocrata muito forte. Na época havia a nobreza, os fdalgos, as seguintes classes
sociais até chegar na escravidão. Essa desigualdade foi implantada no Brasil e é a origem de
todos os nossos males”, opina o jurista.
Aspectos a se trabalhar
SegundoGomes, a violência está diretamente ligada coma desigualdade original. No livro, ele
compara a violência em 40 países. Desses 40 países, foram selecionados 18 e esses 18 países
têmumassassinato a cada crime pessoal e o Brasil está com29 a cada crime pessoal. Para ele,
a grande diferença está na educação. “O educado émuitomenos violento, consegue segurar
a agressividade. A educação é a chave de tudo”, defende.
Gomes explica que “formou-se um círculo vicioso, as pessoas pobres não frequentam a fa-
culdade, também não tem formação em casa, não tem valores, sem valores vão para a rua, a
rua é lugar de golpistas e violência. O segredo é investir na educação, Beccaria falava isso nos
anos 50.”
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