Page 23 - AL

This is a SEO version of AL. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »
Prioridades
A corregedora reconheceu ter priorizado a missão profssional em relação à
vida pessoal. “Eu não me enganei, eu já sabia: para se ser ético, não se pode
ter uma vida cômoda. A minha vida nesses dois anos foi extremamente in-
cômoda, mas eu me dispus a ser para fazer o que estava a meu alcance, hu-
mildemente”, afrmou.
Da sua passagem pelo CNJ, revelou não guardar mágoas. “Não existe má-
goa no meu coração porque eu sou feliz e quem é feliz não tem mágoas”,
concluiu. Eliana Calmon também pediu desculpas aos colegas “por algum
desagrado, alguns maus modos. É uma questão de personalidade. No meu
íntimo, sou muito afetiva e quero muito bem às pessoas”, afrmou.
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento deMagistrados (Enfam)
será o próximo destino profssional da ministra. Após um mês de férias, ela
dirigirá a instituição, cargo para o qual foi eleita pelos seus colegas do Supe-
rior Tribunal de Justiça (STJ).
Avaliação
A ministra afrmou que o trabalho desenvolvido pelo órgão nos últimos dois
anos contribuiu paramudar a imagemdo Judiciário, conferindomaior trans-
parência. “Conseguimos dar uma nova imagem à Justiça, uma imagem de
que as coisas funcionam. O Judiciário tem de se abrir para dar satisfação ao
seu jurisdicionado”, destacou Eliana Calmon, e classifcou sua atuação como
profícua, mas salientou que ainda há muito o que fazer para melhorar a ges-
tão nos tribunais e o atendimento aos cidadãos.
Desde que Eliana Calmon assumiu o cargo de corregedora nacional, em se-
tembro de 2010, mais de 10 mil processos foram abertos no órgão, o que
equivale a 75% de todas as ações que ingressaramno CNJ no período. Como
resultado do trabalho, cerca de 9 mil processos foram solucionados. Além
disso, o órgão de fscalização do Poder Judiciário recebeu 1.441 reclamações
disciplinares contra a atuação de membros da Justiça e arquivou mais de
1.500. Combase nas investigações realizadas, a ministra Eliana Calmon pro-
pôs a abertura de 40 Processos Administrativos Disciplinares (PAD) contra
Eliana Calmon: “Saio com
sensação de dever cumprido”
A
corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, deixa a o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e se despediu dos colegas na úl-
tima sessão plenária à frente do cargo, fazendo uma avaliação posi-
tiva de sua gestão, iniciada em setembro de 2010. “Saio com a consciência
de dever cumprido. Fiz o que foi possível fazer”, disse.
A ministra atribuiu ao trabalho da Corregedoria e à parceria frmada com
alguns tribunais as mudanças positivas observadas emparte do Poder Judi-
ciário. “Vi tribunais saírem do chão e conseguirem se soerguer. Vi algumas
corregedorias locais crescerem por um incentivo meu”, afrmou. As trans-
formações ocorridas nos tribunais de Justiça deTocantins, Amazonas,Mato
Grosso, Piauí e São Paulo foram citadas por ela como exemplos de sucesso.
Ministra Eliana Calmon deixou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Fotos: Divulgação/CNJ