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também é marcada pela vida e atitude de outras pessoas com as quais con-
vivemos, e muitas outras com as quais não vivemos, e de cuja a atuação a
nossa vida de certo modo e em certa medida também depende”, comple-
tou.
“Eu saio com a consciência tranquila de dever cumprido. Em nenhum passo
a consciência me acusa de não ter feito mais do que eu podia”, avaliou. Ele
agradeceu à colaboração dos ministros, “que permitiram que o cumprimen-
to desse dever fosse fruto de um aprendizado constante”.
Por fm, ele agradeceu a todos os servidores que colaboraram não apenas
no gabinete, mas nas Presidências do STF e do CNJ, de uma maneira direta
ou indireta. “Deixo hoje a Corte e, também, a expressão que me comoveu
de um grande pensador brasileiro que já se foi e marcou minha adolescên-
cia: ‘o cristão é um ser singular porque ele recebe as graças e se regozija de
saber que não pode pagá-las’”, afrmou. “Desejo a todos que continuem a
aguardar o prestígio desta Corte, dizendo, simplesmente, muito obrigado”,
fnalizou.
Ministro Cezar Peluso deixa o STF por aposentadoria compulsória
Nelson Jr./SCO/STF
Plenário se despede
do ministro Cezar Peluso
A
pós concluir seu voto na primeira parte da Ação Penal 470, o mi-
nistro Cezar Peluso foi homenageado pelo presidente do Supremo
Tribunal Federal – STF, ministro Ayres Britto. Em nome dos demais
integrantes da Corte, Britto afrmou que o momento causa um sentimento
misto “de tristeza” pela despedida e “de honra e de gratidão” pelo “conví-
vio frutuoso” durante os mais de nove anos em que o ministro integrou a
Corte.
“Sua Excelência sempre nos transmitiu preciosas lições de vida. Encarna a
fgura emblemática do juiz na detença de virtudes subjetivas que não po-
dem deixar de ser exaltadas e praticadas, como a independência, a com-
petência, a transparência, o desassombro pessoal, o desassombro no pla-
no das ideias, um juiz eminentemente estudioso, culto, solícito e aberto”,
afrmou o ministro Ayres Britto ao destacar que todos aprenderam com o
ministro Peluso que “um juiz deve pautar seu ofício por esses conjugados
prismas da decência, da independência, do estudo, da ética, da transparên-
cia e da abertura espiritual para o diálogo permanente”. “Receba as nossas
homenagens, a nossa gratidão e nosso eterno preito de admiração pelo ser
exponencial, espiritualmente evoluído, culturalmente paradigmático que
Vossa Excelência é”, fnalizou o presidente.
“Poucos cidadãos brasileiros, na história, tiverama oportunidade de chegar
a esse posto”, constatou o ministro Peluso, ao salientar que pertencer ao
Supremo foi “uma honra inexcedível”. “Chegar ao Supremo é o coroamen-
to de toda uma vida dedicada à magistratura”, ressaltou.
Porém, disse que essa conquista não foi por mérito próprio. “Não digo isso
por falsa modéstia, mas pela necessidade do reconhecimento de que essa
distinção, com que fui honrado pela vida, é o produto da colaboração de
atos de números incontáveis de pessoas”, disse. “Como todos, aminha vida