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QUATRO PATAS
N
a coluna de janeiro fiz considerações sobre o controle dos animais abandonados
nas ruas e adverti que ações isoladas não resolvem a questão. Assim, sugiro que
ações sejam praticadas simultaneamente para que, educadas, as pessoas e os fu-
turos cidadãos possam cuidar melhor e entender a responsabilidade que pode ser cuidar
de um animal de companhia.
Pensando nisso, proponho a seguinte ação:
Controle de animais errantes e controle populacional dentro das casas
Como explicado anteriormente, os animais errantes são, em sua maioria, provenientes
das casas; não da reprodução dos animais que estão já soltos nas ruas. E como então os
animais são lançados nas ruas?
Muitos cães que vivem nas ruas são abandonados pelos próprios donos
Foto de Everson Bressan
Todo mundo já ouviu falar de alguém que tem uma cachorrinha que escapou e cruzou
inadvertidamente comalgum cão na rua; ou daquela que, em seu passeio diário (sozinha),
cruzou inadvertidamente. O que fazer com os filhotes dessa ninhada não planejada? Um
grande número desses animais acaba sendo abandonado nas ruas; outros serão adota-
dos por pessoas ou famílias despreparadas; alguns outros serão comprados ou adotados
por impulso, aumentando o número de animais sem lar ao longo do tempo.
Outra situação muito frequente é a crença de que toda cadela ou gata precisa cruzar
uma vez, pelo menos, para evitar o risco de algumas doenças. Isso é folclore! Infundado!
Entretanto, acreditando que será bom para a saúde de seus animais, os proprietários as
colocam para cruzar e depois não têm o que fazer com os filhotes. Muitos deles acabam
sendo abandonados nas ruas.
E como então poderíamos diminuir a população de animais nas ruas?
Pelo simples ato de educar as pessoas. Levar informação correta; desmistificar lendas.
Animais que não são de criadores, que não são destinados a exposições ou competições
devem ser castrados, esterilizados. Este ato, além de diminuir a quantidade de filhotes
abandonados nas ruas contribui para a saúde dos cães e gatos.
A chipagem dos animais também é medida que pode ajudar na redução dos animais de
rua. De quem é aquele cão passeando na rua? Onde ele mora? Quem é o seu tutor? Se
houvesse chipagem de rotina dos animais, a identificação de seu criatório, seu tutor e seu
endereço seria muito fácil; e, aliada a leis de controle e fiscalização, ajudaria na educação
dos tutores, acionando-os quando seus animais fossem encontrados nas ruas vagando.
Nas próximas edições, prossigo comminhas proposições acerca do assunto. Vamos abor-
dar sobre controle sanitário e conceitos de guarda responsável.
Um forte abraço, Fernando Ibanez
Prof. Dr. José Fernando Ibañez
Universidade Federal do Paraná - UFPR
Setor de Ciências Agrárias - Departamento de
Medicina Veterinária
Ibanez Ortopedia Veterinária