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Ao mestre, Sansão José
Loureiro, com carinho
V
ivíamos o início dos anos 70, no tempo da pantalona e da camisa cacharel, num
país estranho, onde chorávamos de emoção a cada gol da seleção canarinho, mas
temíamos os segredos dos porões lúgubres da ditadura militar. Amá-lo ou deixá-
-lo, era uma hipótese estranha, pois nas aulas de OSPB ensinavam-se os valores da pátria
e o melhor da nação brasileira...
Morávamos todos juntos na remota rua Engenheiros Rebouças, onde hoje mantenho
meu escritório, sob o som dos desfiles militares a tilintar as correias e ferraduras nos es-
corregadios paralelepípedos então ali existentes. Nós no andar de cima e eles no andar
debaixo.
Jornalista Bebel Ritzmann com o tio e padrinho Sansão José Loureiro