Revista Ações Legais - page 12-13

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farol da sociedade civil, o que a fez alvo de
ataques terroristas, como o que vitimou
nossa secretária, Lyda Monteiro de Souza,
morta ao abrir uma carta-bomba, em 1980,
na sede do Rio de Janeiro. Foi um período
turbulento, doloroso, marcado por amea-
ças e riscos concretos, mas ao final o país
redemocratizou-se e há 32 anos vive no Es-
tado democrático de Direito”, recordou.
Ele apontou, ainda, que diante dos sucessi-
vos escândalos atuais, é impossível afirmar
que o quadro de hoje é menos dramático –
mesmo estando em uma democracia. “De
certa forma, torna-se uma quadra histórica
mais complexa ainda, o que se explica pelo
fato de a democracia ser caleidoscópica,
enquanto a ditadura é binária. Nela, há só
dois lados: os que a combatem e os que a
defendem. O país está em turbulência, mas
em movimento, em busca do equilíbrio. A
sociedade pode não saber ainda como che-
gar a onde quer e precisa, mas já sabe, com
clareza, o que não quer”.
Em grande parte de seu pronunciamento
Lamachia abordou temas atuais, como as
reformas propostas pelo governo federal
– em especial a trabalhista e a da Previdên-
cia. “A sociedade desconfia do açodamen-
to com que um governo em fim de man-
dato, sem a legitimidade das urnas, e um
Congresso desacreditado – para dizer o mí-
nimo – querem impor, sem debate prévio,
reformas como a da Previdência e a traba-
lhista. Não negligenciamos a importância
delas, e é exatamente por isso que preci-
samos examiná-las com profundidade, sub-
metendo os dados oficiais, questionáveis e
questionados, ao contraditório. Sem esse
procedimento, elementar numa democra-
cia, nenhuma reforma terá adesão social, e
sem ela haverá mais crise”, alertou.
Outro tema abordado por Lamachia e que
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