Vozes escritas: mulheres e política

A sequência de fotografias “Vozes escritas: mulheres e política” busca evidenciar a atuação política da mulher por meio da ocupação do espaço público pelos corpos femininos

Valéria K. Lopes e Mariana Silvino Paris
Valéria K. Lopes e Mariana Silvino Paris

O déficit de representação feminina na política formal culmina na falta de mulheres nas esferas de poder e também na escassez de demandas particulares às mulheres na agenda política. E, nesse cenário, avulta a importância dos movimentos sociais feministas como agentes sociais capazes de reagir a momentos de crescente conservadorismo. Sejam provocadas por retrocessos legislativos, pela crescente culpabilização da mulher em casos de violência ou impulsionadas por eventos dramáticos como o estupro coletivo de uma garota no Rio de Janeiro em 2016 ou a chacina de Campinas no início de 2017, as manifestações feministas exercem papel protagonista na reivindicação por direitos e como canal para atuação política feminina, ainda que marginalizada. As fotografias são referentes à Marcha das Vadias dos anos de 2015 e 2016, ao ato “Juntas somos mais fortes”, em 2016, à manifestação “Nenhuma a menos”, em 2017 e ao ato 8M de 2017, todas em Curitiba, no Paraná. As vozes femininas não integram textos legislativos nem os documentos oficiais; em vez disso, são inscritas em seus próprios corpos.