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PÓS-PANDEMIDA DE COVID-19
Estudo aponta novo
modelo de trabalho
O
diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA emmarketing, inteligência
de negócios digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, realizou o
estudo "Tendências de Marketing e Tecnologia 2020: Humanidade Redefinida e
os Novos Negócios". E com base nos resultados, ele avalia que o modelo de trabalho no
mundo ou Brasil será impactado pela pandemia de COVID-19 e o número de empresas
que pretendem adotar o home office após a crise do novo coronavírus deve crescer 30%.
Miceli explica que o levantamento levou em conta as respostas de tomadores de decisão e
gestores de 100 companhias nacionais. "Nosso entendimento é que, logo após a abertura,
algumas empresas ainda vão precisar manter o home office por uma questão da recomen-
dação de distanciamento social, não do isolamento social como a gente vive hoje, mas,
quando as empresas voltarem, voltarão com áreas de refeitório fechadas, com demanda
de espaço entre os funcionários que vai impedir que todo mundo volte ao mesmo tempo".
"Na sequência, quando tudo estiver aberto e pronto para voltar a ser, em tese, o que era
antes, é que a gente espera esse aumento de 30% nas empresas brasileiras, fazendo pelo
menos um dia de home office depois que a pandemia acabar", acrescenta. O diretor da
FGV avalia que o surto acelerou a tendência do home office e acabou obrigando que ele
funcionasse. "Muitas companhias não testavam. Algumas testavam, mas ficavam com
aquela sensação de que não funciona, só que agora precisou funcionar. É claro que nem
todas as áreas podem funcionar dessa maneira, é claro que nem toda empresa pode fun-
cionar integralmente assim, mas é ummodelo que agora foi posto à prova de uma forma
que não havia sido antes", destaca.
De acordo com o estudo, é fundamental que os líderes de negócios entendam que a tec-
nologia é, cada vez mais, um ativo humano. "Durante muito tempo, a tecnologia estava
associada à desumanização, a criar distância entre as pessoas, as pessoas pararam de se
olhar e passaram só a digitar umas com as outras, passaram a conversar menos, que tem
mil amigos no Facebook, mas nenhum amigo na vida real", explica Miceli. "Nesse mo-
mento de isolamento, a gente tem visto que a tecnologia é uma grande ferramenta de
humanização quando a gente precisa que ela seja usada dessa forma. A sociedade está
aprendendo a ressignificar o uso que dá para a tecnologia", emenda.
Miceli lembra também das chamadas lives [aparições ao vivo nas redes sociais] e encon-
tros on-line não só de equipes de trabalho, mas de amigos e familiares por meio de sites e
aplicativos. "Esse comportamento de aproximação e de manutenção dos vínculos sociais
é um comportamento que humaniza. E vai na contramão daquela percepção que muito
se dizia até então de que a tecnologia afastou as pessoas", opina.
Fonte: Agência Brasil