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ARTIGO
Combate à pirataria: uma
questão de honestidade
U
m estudo publicado pelo pesquisador Jordi
MacKenzie, da Universidade Macquire, em
Sidney, na Austrália, revelou que não há in-
dícios concretos de que políticas punitivas reduzam
a pirataria nos países onde são aplicadas.
Somei essa informação a uma pesquisa de 2015, rea-
lizada pelo CNI que concluiu que 71% dos brasileiros
consomem produtos piratas e entendi que existe a
normalização do crime de pirataria e que isso é con-
sequência da falta de entendimento das consequên-
cias que envolvem a prática de um crime.
Do impacto social que a pirataria tem quando dimi-
nui a capacidade da economia de ser criativa, crescer
e gerar empregos. Quando prejudica toda a socieda-
de pelo não pagamento de impostos e encargos tra-
balhistas. Quando tira das mãos dos trabalhadores
o ganho justo pelo seu trabalho já que o crime de
pirataria estimula o trabalho informal, impactando
os ganhos daqueles que trabalham na legalidade.
Sem falar no impacto ambiental, uma vez que a in-
dústria pirata não se compromete com eficiência
energética de sua produção ou de seus produtos. E
por último e não menos importante: trata-se de um
crime.
Quando a sociedade em massa decide normalizar
e em apoiar o crime organizado ao consumir cons-
cientemente um produto pirata, ela passa a viver
num eterno contrassenso moral. Como é possível
essa mesma sociedade, exigir honestidade e ética