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Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com dados da OIT, em 2018, fo-
ram encontrados 1732 trabalhadores sob exploração, em condições abaixo da dignidade
humana - mais que o dobro do número apurado em 2017. Não havia aumento no número
de trabalhadores encontrados em condição análoga à escravidão desde 2012.
“Esses números mostram que estamos vivendo ainda sob a égide do chicote e dos gri-
lhões invisíveis da indignidade e do desrespeito ao ser humano”, afirma o conselheiro. De
acordo com ele, hoje há uma relação direta das migrações no Brasil com o trabalho escra-
vo urbano, especialmente no setor têxtil. Um exemplo disso, de acordo com ele, seriam
milhares de bolivianos que vivem hoje em São Paulo em condições insalubres. “Muitas
vezes eles vêm com a falsa promessa de um bom emprego e já chegam devendo o trans-
porte e a alimentação e são colocados em cortiços, em locais insalubres, tendo que tra-
balhar quatorze horas por dia e sendo fiscalizados em suas relações pessoais”, ressalta.
De acordo com dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), no período de 1995 a
2018, mais de 2 mil operações de fiscalização foram realizadas e, aproximadamente, 50
Conselheiro participou do programa “Todos contra o trabalho escravo”, no canal do CNJ
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