Revista Ações Legais - page 70-71

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quer dizer que as instituições já ficampreparadas para possíveis mudanças na legislação”,
afirma o CSO da startup.
Além de evitar potenciais custos com processos, ter o conhecimento antecipado das pro-
posições permite aos escritórios oferecerem serviços mais estratégicos para seus cliente.
"Ao saber de potenciais legislações, o advogado pode tomar a dianteira e oferecer insi-
ghts de potenciais cenários para que o seu cliente, interno ou externo, possa montar uma
estratégia melhor de negócios", detalha o CEO Danilo Oliveira.
MODERNIZAÇÃO
Tecnologias transformam
sistema judiciário
Danilo Oliveira e Ivan Ervolino
O
Brasil é o país que possui o maior número de advogados no mundo commais de 1
milhão de profissionais. O custo do judiciário representa 1,3% do Produto Interno
Bruto (PIB), mas nem assim é capaz de reduzir as folhas processuais que estão
nas mãos dos juízes aguardando um julgamento. Estima-se que o Judiciário brasileiro acu-
mule 75 milhões de processos pendentes esperando por análises.
Neste cenário, começam a surgir startups com perfil de lawtechs para modernizar os se-
tores jurídicos, criando ferramentas e plataformas para reduzir e evitar ações judiciais.
Estes “robôs-advogados” auxiliam escritórios de advocacia, departamentos jurídicos de
empresas e bancos a acelerar a resolução de processos e, assim, enxugar as despesas.
Por exemplo, para uma grande corporação, o processo chega à primeira instância com o
custo médio de R$ 18 mil, já considerando o gasto mensal de R$ 2 mil para acompanhá-lo
em cerca de nove meses de espera após a ação ser protocolada.
Em2016, foi lançado o primeiro robô-advogado domundo nos Estados Unidos. Suportado
por inteligência artificial, ele é capaz de consultar 200 milhões de páginas por segundo. O
banco J.P. Morgan, por exemplo, reduziu o tempo na revisão de acordos de empréstimo
cerca de 360 horas.
Criada em 2016, por dois empreendedores de São Carlos (SP), Danilo Oliveira e Ivan Ervo-
lino, o SigaLei monitora as atividades governamentais no Congresso e em 13 assembléias
legislativas. “Somos uma plataforma que auxilia escritórios de advocacia a monitorar pro-
posições que podem, futuramente, impactar seus clientes”, explica o CSO Ivan Ervolino.
O acompanhamento é feito através de palavras-chaves, das quais é possível criar rada-
res de avisos de proposições que entrarão na pauta de votação, requerimentos, discur-
sos, comissões e toda agenda política. “O fato de trabalharmos com a automatização do
processo de acompanhamento legislativo permite que os escritórios sejam informados
rapidamente caso alguma proposição sensível tramite ou seja apresentada”, detalha Er-
volino.
O monitoramento automático de proposições que possam alterar a legislação vigente
significa que as empresas e os escritórios de advocacia podem reduzir possíveis riscos
legais e regulatórios e diminuir a judicialização de causas. “Antecipar estas informações
Foto: Divulgação
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