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Tua
Claudia Piñeiro, Versus Editora, 140
páginas, R$ 25,00
Uma das principais vozes da literatu-
ra latino-americana contemporânea,
Cláudia Piñeiro é a terceira autora ar-
gentina em número de direitos vendi-
dos no mundo, atrás apenas dos céle-
bres Borges e Cortázar. Compondo o
time de hermanos que estará na Bie-
nal do Rio em setembro, Cláudia lan-
ça este ano no Brasil pela Verus Edi-
tora o romance Tua, que já alcançou
a marca de 50.000 exemplares vendi-
dos em língua espanhola.
A trama gira em torno de Inês, dona
de casa de classe média que descobre
uma traição do marido. Convencida
de que todas as mulheres serão traí-
das em algum momento, ela se mostra disposta a tudo para manter seu casamento.
Com uma narrativa ágil, carregada de humor e ironia, o livro revela a vida íntima de uma
família de classe média com seus dramas e particularidades de vínculo: um homem in-
fiel, uma mulher desesperada e uma filha sobrevivendo à indiferença dos pais.
Tua, que foi adaptado para os cinemas e estreou na Argentina este ano, é um romance
policial que mostra o lado mais sombrio dos seres humanos quando se trata de man-
ter as aparências. O livro apresenta também a incrível capacidade de Piñeiro de impri-
mir uma alta carga emocional em seus romances.
Cláudia Piñeiro nasceu na Grande Buenos Aires em 1960. É escritora, dramaturga, rotei-
rista de televisão e colaboradora de vários meios de comunicação. Já ganhou diversos
prêmios nacionais e internacionais com sua obra literária, teatral e jornalística, inclusive
o prestigioso Prêmio Clarín, em edição que teve José Saramago como um dos jurados.
A República dos Sonhos
Nélida Piñon, Editora Record, 717
páginas, R$ 90,00
Mesa, cadeira, televisão, spot de luz,
um quadro de cortiça para fixar seus
esboços e algumas garrafas de vinho
do Porto. Com este aparato, Nélida
Piñon trancou-se por 21 dias em uma
pensão em Congonhas do Campo, no
interior de Minas, para escrever A Re-
pública dos Sonhos. A saga duraria
mais três anos, desta vez, passados no
Rio de Janeiro e embalados por mú-
sica clássica. O resultado: um roman-
ce primoroso de mais 700 páginas, a
maior de suas obras de ficção, que re-
torna às livrarias em agosto pela edi-
tora Record.
Filha de imigrantes da Galícia, na Es-
panha, Nélida mergulha em parte de
suas lembranças de infância para reconstituir a história de uma família, que se confunde
com a História do Brasil e dos imigrantes que aportaram aqui em busca de uma nova
vida. No romance, Madruga é um jovem camponês que abandona a terra natal da escri-
tora para embarcar em um navio para o Rio de Janeiro. Com a história do personagem e
a construção de uma fascinante árvore genealógica, a autora passeia com o leitor pelo
século XX, revelando as conquistas e desilusões, tanto no Brasil como no velho conti-
nente.
A edição comemorativa em capa dura traz ainda um ensaio do escritor Alberto Mussa,
que vê em A República dos Sonhos “um dos textos seminais da cultura ocidental”.
Nélida Piñon é uma das mais consagradas autoras da Literatura Brasileira. Em 1990, foi
empossada como imortal pela ABL, e em 1996, por ocasião do centenário da Academia,
tornou-se a primeira mulher a presidi-la. Recebeu, entre outros prêmios nacionais e in-
ternacionais, o Juan Rulfo, do México, e o importante Príncipe de Asturias, da Espanha.
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