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FLAGRANTES DO MUNDO JURÍDICO
Há quem se deixa iludir pela aparência e arrisca pagar para ver as consequências.
Na última eleição majoritária certa ministra do STJ, aposentada, que foi Corregedora Na-
cional da Justiça e alçou voo na imprensa por acusar Juízes e compará-los como "Bandi-
dos de Toga" pretendeu com o sucesso de suas declarações conquistarem uma cadeira
de Senadora pelo estado da Bahia. Mas experimentou o gosto amargo das urnas por ter
recebido menos de um por cento dos votos dos eleitores.
É possível que o mesmo se repita caso Joaquim Barbosa, aposentado do STF, arrisque ser
atraído pelo canto político da sereia. E por que estou tecendo comentários a respeito?
Porque duas figuras ímpares da Magistratura nacional estão presentemente na vitrine
dos acontecimentos: o ministro Fachin e o Juiz Moro.
Contra primeiro já começa a soprar alguns ventos tormentosos pela ousadia de determi-
nar a abertura de inquérito para apurar a responsabilidade do Presidente da República,
com referências tendenciosas e levianas de que não se acautelou o necessário para saber
se a fita incriminadora mereceria credibilidade pela ausência do respectivo laudo pericial.
A defesa do Temer intentou medida para afastá-lo da relatoria da Lava Jato. Claro, porque
ele está sendo uma pedra no sapato dos envolvidos.
Enquanto que orquestrações de menor potencialidade foram articuladas contra o
Moro, sem maiores consequências. Ao menos por enquanto. Este é o perigo que está
sujeito os defensores da Lei e da ordem contra a canalha política que se assenhoreou
da vida pública brasileira. E eles estão no cargo, e ainda, acobertados pelo favorável
clamor popular. Porém na mídia eletrônica não falta notícia plantada para denegri-
-los. Ninguém ignora que momento nacional é tenso porque sindicatos, baderneiros
mascarados, e desocupados estão agitando e depredando bens públicos chefiados
por subversivos de ocasião.
A semana não terminou e o caos pela falta de governabilidade está atingindo limites
extremos. Nesta hora nebulosa cabe às pessoas de bem preservar a respeitabilidade
dos magistrados referidos para que se sintam prestigiados e fortalecidos nesta hora
de incerteza. Pois parece que ambos estão jogando peteca e que esta não pode cair no
chão de jeito nenhum, porque as consequências serão nefastas para o futuro da pátria.
"A situação nacional é tensa e incerta. Fruto da falta de governabilidade. As reformas
da Previdência e trabalhista estão servindo de estopim e discórdia. Preservar autorida-
des do Judiciário que estão no núcleo central da moralidade é tarefa indispensável dos
cidadãos que zelam pela democracia."