Revista Ações Legais - page 112

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ESPAÇO DAS LETRAS
O jogo sujo da corrupção
Luiz Flávio Gomes, Editora Astral Cultural, 188
páginas, R$ 39,90
Criador do Movimento Quero um Brasil Ético, o jurista
Luiz Flavio Gomes dedicou-se a escrever a obra a fim
de fomentar a ideia de reforma política, assim como
a implosão do sistema corrupto. A intenção é investir
em um Estado soberano. Neste novo regime gover-
namental, a lei vale para todos, ela funcionaria como
a grande administradora do Brasil - o Império da Lei.
Além de uma reforma significativa no sistema políti-
co, Gomes afirma que os planos estão muito distantes
do “jeitinho” brasileiro e da morosidade do sistema
judiciário do nosso país. Na obra, como em todos os
discursos que aplica, o autor reitera que a Lava Jato,
para a história, enquanto dentro do estado de direi-
to, representa uma mudança profunda para o Brasil.
Quem são e como agem os donos corruptos do po-
der? Dentre os temas abordados, está o fato de o Bra-
sil ser comandado pelas mãos de grupos de crimes organizados, divididos em, segundo o au-
tor, “Crime organizado privado” e “Crime organizado dos agentes públicos”. E ainda pontua
que muitos dos personagens que compõem estas facções fazem parte de uma elite intocável
– até bem pouco tempo atrás, antes de termos a Lava Jato para mudar esse cenário.
É possível imaginar o Brasil sem corrupção? A ira do povo brasileiro pode explodir? Além de
mostrar um panorama político, o livro aponta caminhos para que o leitor também participe
dessa mudança tão importante para o país de forma ativa e transformadora. O autor sugere
vários pontos que podem ajudar a combater a corrupção, dentre eles: “Proibição constitucio-
nal de concessão de anistia para os crimes de corrupção e de caixa dois eleitoral”.
- “Implementar medidas que reforcem a lei de transparência”, e “Transparência absoluta de
todos os contratos públicos”.
Luiz Flávio Gomes ainda prevê um cenário possível nas próximas eleições, colocando os contra-
pontos do “voto serotonina”, quando o futuro presidente pode ser um corrupto; e do “voto
populista radical”, em que o mesmo pode ser um populista extremado.
Outro assunto abordado é a forma como os políticos do sistema corrupto se elegem. Segundo
ele, o melhor de todos os cenários seria o “voto faxina da cidadania vigilante”, em que o fu-
turo presidente pudesse ser uma nova liderança comprometida com os interesses superiores
da nação. Para o autor, o melhor que poderia acontecer em 2018 é termos 70% de troca no
Congresso: “Temos que temporariamente suspender nossas preferências ideoló¬gicas e par-
tidárias e promover uma união nacional em torno da implosão do sistema político-empresarial
corrupto. Os corruptos não possuem ideologia. A cada dia, a cada ato, tudo vai significando
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