Revista Ações Legais - page 28-29

ARTIGO
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A importância da
comunicação e das redes
sociais no meio jurídico
Por Fabiana Macedo, CEO da área de
comunicação
N
os últimos anos omundo tempresenciado uma
série de inovações tecnológicas que mudaram
a forma como as pessoas se comunicam, tra-
balham, se divertem, consomem produtos e serviços.
Setor tradicionalmente conservador, o meio jurídico
brasileiro abraçou inicialmente de forma discreta essa
onda de inovação e começa a se render às facilidades
que a tecnologia pode propiciar ao cidadão e aos traba-
lhadores do setor. Afinal, não se trata de apenas uma
questão de gosto. Contar com as ferramentas mais efi-
cientes para o seu trabalho e para a comunicação é um
fato essencial para a qualidade e competitividade de
um escritório de advocacia.
Seja na grade dos cursos de direito (que passaram re-
centemente a contar com matérias como “direito digi-
tal e eletrônico” e “ciência, tecnologia e sociedade”),
seja em escritórios respeitados, a importância de o ad-
vogado se integrar ao mundo da tecnologia e das re-
des sociais é evidente. Afinal, por um lado os clientes
chegam com demandas associadas ao uso dessas fer-
ramentas, como processos que falam sobre a divulga-
ção indevida de fotos na internet ou do furto de dados
por meio de computadores e smartphones. Por outro,
boa parte dos processos em estados como São Paulo
já são digitais, com os trâmites realizados de forma on-
line. Alémdisso, a tecnologia pode ser uma grande alia-
da dos advogados. Já existem sistemas de inteligência
artificial que fazem o monitoramento frequente de te-
mas delicados, com alertas e identificação de pessoas. Esse tipo de ferramenta tem grande
utilidade, principalmente, na gestão de crises.
Para se comunicar de forma eficiente com ummaior número de pessoas nesse mundo digital,
é essencial que os advogados, além de adotarem essas novas plataformas de comunicação,
aceitemque énecessário falar e escrever deuma formaquenãoapenas as pessoas do seumeio
entendam. Afinal, o princípio básico da comunicação eficiente estabelece que não basta enviar
umamensagem. É necessário garantir que ela seja recebida e entendida pelo destinatário.
AAssociação dosMagistrados do Brasil criou há alguns anos (em resposta a uma pesquisa fei-
ta pelo Ibope, que apontava a linguagem jurídica como incompreensível para grande parte da
população) uma campanha para incentivar seusmembros, integrantes doMinistério Públicos
e outros profissionais do direito a refletirem sobre a necessidade de simplificar a linguagem
utilizada pelos profissionais do direito. Porém, ainda há muito a ser feito nesse sentido.
É necessário ir além do chamado “juridiquês”, evitar textos longos e complexos, cheios
de termos técnicos, palavras em latim e que promovem um distanciamento entre a Justi-
ça e a sociedade. Esse processo é semelhante ao que aconteceu com a área de tecnologia
nos últimos anos. O “tecniquês” cedeu espaço para publicações e sites que utilizam ter-
mos menos herméticos, o que facilitou a popularização de equipamentos como compu-
tadores e smartphones.
Para que um escritório se destaque no cenário atual, a presença nas redes sociais é muito
importante. E uma das redes essenciais quando o assunto é o ambiente profissional é o Linke-
dIn. É preciso que os advogados participemdessa rede de forma constante e relevante, mos-
trando o conhecimento no setor que atuam, propondo discussões e publicando comentários
sobre temas relevantes. Além disso, é necessário escrever e publicar artigos nessa rede rela-
cionados à área de atuação pelo menos duas vezes por mês. Isso atrairá seguidores, aumen-
tando a rede de contatos, relevância do perfil e tornando o advogado umnome empotencial
a ser consultado para futuros casos – ou atémesmo a ser fonte para reportagens. O LinkedIn
possui uma ferramenta (o Social Selling Index) que mede a eficácia em estabelecer a marca
profissional do usuário, localizar as pessoas certas e de interação com o uso de insights.
As novas tecnologias e formas de comunicação trazem desafios para quem trabalha há mui-
tos anos na área jurídica, mas também propiciam uma série de oportunidades para profissio-
nais dinâmicos, sempre dispostos a aprender.
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