Revista Ações Legais - page 111

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FLAGRANTES DO MUNDO JURÍDICO
e os dias ficaram mais longos, preguiçosos e sem ritmo. Os seres humanos perderam a
noção do que fazer, dizer e só podiam esperar que aparecesse uma luz dando esperança
e apontando uma saída.
E nestes momentos repetitivos de ansiedade e sem saber como fazer para vencer o pró-
prio medo as pessoas entristeceram e ficaram acuadas nos seus próprios e diminutos
mundos. Os espaços percorridos pouco passaram dos limites da própria residência e os
familiares se afastaram uns dos outros -, as relações sociais esfriaram e o distanciamento
obrigatório passou a ser uma tortura. Que ano difícil é este que engatinha sem forças,
parecendo que não quer terminar e que teima em continuar com sua sina de maldades.
Maldades sim, pois trouxe um vírus mortal que perdura sem arrefecer, ceifando vidas e
impondo tristezas. Será um ano que vai ficar na memória daqueles que procuram na vida
dar alegria e olhar o futuro com otimismo, porque estão vivenciando momentos amargos
como se a terra tivesse adormecido. E o que fazer se o tempo não quer passar? 
Enquanto envolto nas minhas próprias elucubrações e buscando encontrar uma justifi-
cativa lógica para responder a indagação inicial, sinto que alguém tocou no meu ombro
direito, fazendo com que eu me virasse e visse uma criança, pedindo para falar:
-
Tio, não foi o ano que fez o tempo parar; o ano não tem culpa de ter aparecido o ví-
rus, nem de ter eclodido uma crise políticas para piorar a situação ...
- Como? O que você está dizendo?
- Estou dizendo que o ano de 2.020 foi um ano igual aos outros, os seres humanos é
que pararam.
- Sim, mas pararam por necessidade ...
- Não! Pararam pelo egoísmo e falta de solidariedade; o vírus apenas veio para unir
todos na busca de uma saída...
- ?
- Mas a humanidade ao invés de falar uma mesma língua resolveu inventar a vacina
tendo que passar pela Torre de Babel ... 
“ Nem na hora crítica de uma pandemia que mata, os seres humanos conseguem ser
solidários. E assim o ano de 2.020 continua sua marcha igualzinho a todos os demais
anos; só as pessoas mudam para pior!”
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