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ESPAÇO DAS LETRAS
ESPAÇO DAS LETRAS
O positivismo inspira o crescimento social
Auguste Comte, tradução de Walter Solon, Editora Edipro,
128 páginas, R$ 37,00
O livro caracteriza a natureza de todo do espírito positi-
vo, avalia os principais aspectos, essências e a importância
mental, social e moral desta linha de pensamento.
Apesar de ser publicada originalmente em 1848, no início
da fase considerada como a maturidade de Comte, a tradu-
ção desta obra é baseada no texto francês da edição clás-
sica publicada pela Sociedade Positivista Internacional em
1914 e, conforme o próprio filósofo diz, é contextualizada
na decadência da era teológica e no começo do discurso
científico.
“Redescoberta a obra, podem-se apreciar dimensões do positivismo de Comte ain-
da hoje eclipsadas pelo gigantismo de ser próprio vulto.” – Walter Solon (tradutor)
Esse momento está ligado ao crescimento dos elementos afetivos e individuais, le-
vando ao desenvolvimento da Religião da Humanidade, cujas igrejas foram cenários
de congregações centrais para o movimento republicano brasileiro, por exemplo.
O lema da bandeira brasileira e subtítulo deste livro, ‘Ordem e Progresso’, foi ins-
piração tirada da doutrina de Comte, - amor como princípio, ordem como base e
progresso como objetivo -, e não serviu apenas para o ato de transformar o Brasil
em república, estimulou a separação da igreja do estado, o estabelecimento do ca-
samento civil, o fim do anonimato na imprensa e a reforma educacional.
A intenção em fundar o positivismo como religião é afastar o materialismo, o raciocí-
nio científico ou tecnicista, e orientar os impulsos afetivos no sentido do altruísmo e
do culto aos grandes feitos humanos de toda a história, capaz de unir as sociedades.
Sobre o autor
Auguste Comte foi um filósofo francês, conhecido como o fundador do Positivismo,
uma das correntes filosóficas mais representativas do século XX – e que teve grande
influência no Brasil –, inaugurada com o objetivo de reorganizar o conhecimento hu-
mano. Um mestre do pensamento moderno, Comte manteve estreita relação com
as correntes do socialismo utópico e as grandes escolas científicas originadas a par-
tir da Revolução Francesa, tornando-se o grande sistematizador da Sociologia. Sua
produção intelectual, fruto de intensa atividade filosófica, desenvolveu-se de 1822 a
1856, ano que antecedeu sua morte.
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Ronald Reagan: o atentado, os bastidores e as
polêmicas de um dos presidentes mais populares dos
Estados Unidos
Bill O’Reilly e Martin Dugard, tradução de Lucas Jim, Editora
Record, 378 páginas, R$ 49,90
Bill O’Reilly e Martin Dugard são autores da série de livros
“Killing”, conhecida por retratar a história de vida de perso-
nalidades importantes da história dos Estados Unidos. Entre
os presidentes que já foram alvos da dupla estão Abraham
Lincoln e John F. Kennedy. O desafio mais recente de Bill e
Martin foi contar a trajetória do 40º presidente norte-ameri-
cano, Ronald Reagan, um dos governantes mais populares e
também mais polêmicos do país.
A biografia de Reagan, que chega às livrarias brasileiras neste mês de outubro pela Edi-
tora Record, ajuda a compreender as múltiplas facetas de um homem que ao longo dos
seus 93 anos de vida foi astro de Hollywood, showman da General Electric, palestrante,
governador da Califórnia, vítima de uma tentativa de assassinato durante a presidência
e um dos principais impulsionadores do fim da Guerra Fria. Visto pelos partidários como
uma figura paterna bondosa, foi considerado, muitas vezes, negligente pelos filhos. Via
a religião como um espaço para expediente político até que resolveu se aproximar de
Deus após quase morrer no atentado. Sempre teve, no entanto, a agenda controlada
por um astrólogo, que dividia a tarefa com a obstinada esposa, Nancy Reagan, a quem
ele chamava carinhosamente de “mommy”.
Bill e Martin percorrem os quase 30 anos de Reagan como ator de cinema, enquanto
mostram sua transição do Partido Democrata para o Republicano e a intensificação de
sua vida pública após o famoso discurso “Um tempo para escolher”, apresentado em
defesa da candidatura de Barry Goldwater. O livro discorre também sobre os dois man-
datos do político como governador da Califórnia, destacando a repressão de protestos
estudantis contra a Guerra do Vietnã, as medidas econômicas que tomou para equili-
brar o orçamento e sua vitória contra um processo de destituição no primeiro mandato.
Paralelamente à história de Reagan, os autores narram a vida de John Hinckley, o fã
alucinado que queria chamar atenção da atriz Jodie Foster cometendo um assassinato
político. Inspirado em homicidas como Charles Manson, Hinckley cruzaria o caminho de
Reagan em 30 de março de 1981, quando o presidente tinha 70 anos. Ronald Reagan so-
breviveu, mas teve um pulmão perfurado por um tiro. Episódios marcantes da gestão
de Reagan são lembrados no livro.