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Por Norman de Paula Arruda Filho,
presidente do ISAE — Escola de
Negócios
No viés empresarial, oWalmart, maior grupo varejista multinacional estadunidense, reforçou
a decisão de não comprar de produtores que apoiamas novas políticas ambientais de Trump.
Se a popularidade já não era seu ponto forte, mais uma vez as ruas de Nova York e Washing-
ton ficaram repletas de manifestantes que esbravejavam palavras de repúdio e insatisfação
com a decisão do Presidente. Como se isso não bastasse para demonstrar o descontenta-
mento geral, pasmem! Emana nesse movimento mesmo as grandes companhias do setor de
energia como ExxonMobil, Chevron, Shell que se colocam a favor da mudança proposta pelo
Acordo de Paris.
Decisões extremas de um líder imediatista, dotado de um senso particular de inoportunidade
e acentuada falta de habilidade política. Trumpmais uma vez mostrou não se importar com a
maturação do seu governo, antes mesmo de tomar medidas extremas que chocamomundo
e provocam reações também“fora de casa”. Sim, nas outras nações omovimento de respos-
ta foi rápido, quase instantâneo. Aproveitando o ensejo, a China anunciou a redução de suas
termoelétricas ao passo que vai investir nos não poluidores, como usinas nucleares. Houve
também pronunciamentos de líderes da França, Alemanha e Inglaterra.
O recado da ONU foi dado ainda dias antes do pronunciamento de Trump. O Secretário-geral,
António Guterres, reforçou o futuro cinzento que aguarda aqueles que que não se unirem a
economia verde. Após a declaração do presidente, Guterres se manteve tranquilo ao afirmar
que o acordo não está totalmente perdido, já que é possível fazer parcerias com os estados
americanos, independentes nesse sentido. Ao avaliar todo omovimento que parece se estru-
turar, o futuro do líder americano será cinzento e solitário.
Como defensor ativo do desenvolvimento sustentável, à frente da presidência de uma escola
de negócios há mais de vinte anos, e presidente do Capítulo Brasileiro do PRME da ONU, res-
salto o papel fundamental das instituições de ensino em formar alunos com uma nova visão
mundial. É preciso entregar ao mundo não somente líderes, mas cidadãos que saibam asso-
ciar competências técnicas à valores e que possuam uma visão voltada para o compromisso
com as futuras gerações, empenhados em tornar omundomais justo, ético e ambientalmen-
te responsável.
Para usar dos clichês e lembrar que toda ação temuma reação de igual oumaior intensidade,
espero que a resposta domundo diante de tal atitude do governo americano seja muitomais
forte e significativa, como uma onda na qual mesmo aqueles que não desejamnadar, acabam
levados pela corrente do bem. E que essa voz nacionalista reacionária seja abafada por um
movimentoglobal unificadoemprol demudanças positivas para o futurodas novas gerações.