Revista Ações Legais - page 112-113

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FLAGRANTES DO MUNDO JURÍDICO
Por Edson Vidal
Viajando e aprendendo
V
iajar para lugares deferentes é o melhor investimento para adquirir conhecimen-
tos; não importa se é dentro ou fora do país. Pena que os custos são elevados e as
viagens aéreas cada vez mais cansativas. Viajar dentro do território nacional está
mais caro e perigoso do que percorrer a pé a região do oriente médio.
Nossas belas cidades estão a mercê de bandidos e políticos de alta periculosidade; o Rio
de Janeiro por exemplo, de há muito deixou de ser roteiro obrigatório das férias daqueles
que gostam de rever a mais maravilhosa cidade do mundo.
O Rio perdeu seu encanto, o povo perdeu sua graça, apesar do mar e os morros serem os
mesmos. O postal da cidade continua lindo, o medo é que entristeceu o ambiente. Saiu
o som festivo dos pandeiros para dar lugar aos estampidos das armas de fogo. Pobre
Rio visitá-lo nunca mais. E viajar para as cidades do norte e do nordeste para usufruir da
beleza natural das suas praias é exageradamente caro, além de perigoso. Lá ao invés de
explorarem o turismo é o turista que é explorado. À violência também está presente. O
mesmo ocorre no sul do país. Viajar pelo Brasil passou a ser sinônimo de aventura. Sinal
dos tempos e reflexo dos desgovernos.
Mesmo assim os aviões estão lotados de gente indo para todos os cantos, não importa o
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custo e o péssimo tratamento dispensado pelas companhias aéreas, afinal vivemos num
país varonil, onde se dá jeito para tudo. Não temos inflação, nem turbulências, muito
menos preocupações, porque vivemos em um país próspero e repleto de oportunidades.
Pelo menos é esta a impressão que se tem quando nos encontramos no hall dos nossos
aeroportos e rodoviárias.
Não sei por que fiz um preâmbulo tão grande para contar sobre uma curiosidade que
lembrei em uma das minhas viagens pelo nordeste do país. Acho que fui traído pelo atual
palco de violência e medo em que estamos metidos, por culpa do mau gerenciamento
das áreas de Segurança Pública em todo país.
E infelizmente o Paraná não é exceção. Pois, bem. Foi lá em João Pessoa, no pequeno
estado da Paraíba, quando fiquei hospedado no Hotel Tropical, uma construção com a
forma do estádio do Maracanã, localizado à beira mar, onde na parte do meio estão lo-
calizadas as piscinas e restaurantes, que quis saber o porquê da mulher paraibana ser
alcunhada de “mulher macha”. Pelo menos é o que diz o trecho de tradicional música do
nosso folclore.
E foi uma professora de História, que conheci casualmente em uma loja do centro da ci-
dade, que acabou com minha curiosidade:
- A expressão “mulher macha” nada tem a ver com a mulher paraibana, que é de porte
pequeno, meiga e sabe muito bem enfrentar as dificuldades da seca.
- Mesmo?
- Sim. A referência “mulher macha” é por causa do Rio Paraíba, o principal rio do Estado
e que banha a capital. Note que a palavra “rio” é masculino - rio de Janeiro, rio Amazo-
nas, rio Grande do Norte, rio Paraná, rio Grande do Sul etc., etc., etc. - e só o rio Paraíba
“tornou-se” feminino quando o Estado foi batizado: Estado “da” Paraíba!
- Entendi...
- É por isso (concluiu a professora) que dizemos:
“Paraíba masculina, mulher macho, sim senhor!” Defendendo a “masculinidade” do nos-
so Rio Paraíba!
Fiquei satisfeito com a explicação. E você, não?
“Viagem de lazer é sempre prazerosa e a melhor maneira de adquirir conhecimentos.
Pena que viajar no Brasil é uma aventura sujeita a toda sorte de perigo e exploração!”
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