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ARTIGO
O líder e a inteligibilidade
V
ocê já reparou a quantidade de artigos, pa-
lestras, trabalhos de conclusão de cursos de
graduação, dissertações e teses, que iniciam
abordando o tema das “mudanças tecnológicas”? E
também já reparou como de certa forma todos fa-
lam a mesma coisa? E como esse discurso sobre a
mudança não muda já há algum tempo?
A cada dia novas tecnologias digitais invadem as di-
mensões da nossa vida pessoal e especialmente pro-
fissional, mudando tudo à nossa volta. Inovação é a
palavra de ordem. A única coisa que não muda é o
fato de que tudo muda o tempo todo. Mas, e o que
não muda? Será que somos capazes de ver e com-
preender? Ou o que não muda já está de tal forma
incorporado que não percebemos mais suas mani-
festações? Perguntas emais perguntas que parecem
impossíveis de responder. Mas podemos pensar um
pouco sobre isso.
Um dos elementos que está fortemente presente
nas transformações que as tecnologias digitais vêm
produzindo é a ideia de compartilhamento. Compar-
tilhar fotos, textos, informações, mas também com-
partilhar o carro, o quarto da sua casa que não é usa-
do, espaços de trabalho, objetos que você não usa
mais, bicicletas. O movimento é tão forte que se fala
em economia compartilhada, e se prevê uma movi-
mentação de recursos da ordem de U$ 335 bilhões
em 2025.
Mas de fato o compartilhamento é um fenômeno
tão antigo quanto os seres humanos como seres
sociais, a começar pela linguagem. E esse compar-
tilhamento sempre requereu algo que também não
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