Revista Ações Legais - page 116-117

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ESPAÇO DAS LETRAS
ESPAÇO DAS LETRAS
Mulheres e poder: histórias, ideias e indicadores
Hildete Pereira de Melo e Débora Thomé, Editora FGV,
192 páginas, R$ 36, 00
O livro, destinado a todas as pessoas que querem en-
tender melhor a situação da mulher no país e no mun-
do, reúne dados, tabelas e gráficos que levamao estado
da arte das discussões sobre as mulheres e sua relação
atual com o poder. As autoras recolheram informações
de fontes variadas e olhares diversos, que passam não
apenas por autoras feministas - mas também por elas.
A proposta é estabelecer um diálogo, com linguagem
acessível, que permita leitores e leitoras iniciarem-se
no tema que anda ocupando o dia a dia da sociedade
como um todo, as redes sociais e nas páginas de jor-
nais.
Ao longo dos capítulos, as autoras apresentam dados sobre economia e diferenças sa-
lariais, o avanço das mulheres na educação, as mudanças na maternidade e nas famílias.
Tratam da falta de mulheres na política no Brasil e contam a história de grandes nomes
no país e no mundo. Além disso, explicam diferentes visões do feminismo, situando
este debate, e apresentam as políticas que lançaram um olhar para as mulheres desde
o início do século XX.
A educação e o trabalho também são abordados em capítulos do livro, quando é obser-
vado que elas, hoje commais anos de estudos emmédia que os homens e commais titu-
lações anualmente de mestrado e doutorado, continuam com uma enorme dificuldade
de converter esse esforço em salários e postos melhores em suas carreiras.
Na política, apesar de o direito das mulheres votarem e serem votadas ser um fato des-
de 1932, apenas 10% da representação é feminina, seja nas prefeituras ou no Legislativo
nacional. O Brasil é o pior entre os seus vizinhos latino-americanos neste quesito e as
mulheres brasileiras continuam ainda ocupando poucos espaços de poder.
A violência de gênero é outro tema de enfoque da obra, uma vez que o Brasil é um dos
que mais tem registro de feminicídios, sendo o quinto pior país do mundo nesse tipo de
crime contra a mulher.
Entender melhor o contexto e as estruturas em que se dão as relações entre mulheres e
poder no país é também um primeiro passo para agendas de transformação, tão neces-
sárias na conjuntura atual.
HUGO CHÁVEZ, O ESPECTRO
Leonardo Coutinho , Editora Vestígio, 240 páginas, R$
44,90
O que levou um país dono das maiores reservas de petró-
leo do planeta e de uma localização estratégica ao maior
colapso financeiro e institucional do Ocidente? A crise na
Venezuela, que ganhou a atenção mundial nos últimos
meses, é apenas a face mais evidente de uma intrincada
rede de organizações políticas que surgiram e foram ali-
mentadas por Hugo Chávez como parte de seu sonho de
reengenharia global.
No livro, o jornalista Leonardo Coutinho apresenta como
as digitais de Hugo Chávez podem ser encontradas desde
a explosão da violência na América Central e México até
nas origens do grupo Estado Islâmico. Baseado em diversos documentos, alguns deles
até secretos, e em centenas de entrevistas realizadas em mais de dez países, o autor
procura responder como Hugo Chávez e seus seguidores valeram-se do narcotráfico e
da corrupção como política de Estado.
Eleito em 1998 com a promessa de tirar a Venezuela da crise e com o compromisso de
conduzir os venezuelanos ao desenvolvimento, Hugo Chávez desperdiçou a fortuna ar-
recadada durante a bonança petroleira para financiar um modelo de mundo caótico e
subversivo. Ele resgatou Cuba da crise iniciada uma década antes, com a derrocada da
União Soviética, abriu as portas da América Latina para a influência russa e iraniana, e
patrocinou uma série de governos que se uniram sob a bandeira do bolivarianismo.
Apesar de sua morte em decorrência de um câncer, em março de 2013, Chávez segue
presente com os efeitos destrutivos de sua combinação de tráfico de cocaína e terroris-
mo. Legado que o presidente Nicolás Maduro manteve, conduzindo o país ao colapso
econômico e institucional sem precedentes.
O autor: - Leonardo Coutinho é jornalista há vinte anos, dezessete deles na revista Veja.
Foi correspondente na Amazônia por oito anos, onde começou a investigar as organi-
zações criminosas e as conexões políticas nos países da região. Desde 2011, publicou
diversas reportagens sobre a presença de extremistas islâmicos no Brasil e uma série de
furos com repercussão internacional relacionados aos governos bolivarianos, como a
reincidência do câncer de Chávez, a prisão dos sobrinhos de Nicolás Maduro por tráfico
de cocaína e a conspiração entre Venezuela, Irã e Argentina para contrabandear segre-
dos nucleares.
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