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ESPAÇO DAS LETRAS
Frankenstein, o moderno Prometeu –
primeira versão de 1818
Mary Shelley, tradução Doris Goettmes, Editora
Landmark, 320 páginas, R$ 42,00,
Romance de terror gótico com inspirações do
movimento romântico, de autoria de Mary Shel-
ley, escritora inglesa e esposa do poeta e ensaís-
ta Percy Bysshe Shelley, relata a história de Victor
Frankenstein, um estudante de ciências naturais
que busca recriar um ser vivo, uma criatura, atra-
vés do uso da ciência em seu laboratório.
Mary Shelley escreveu “Frankenstein: o moderno
Prometeu” quando tinha apenas 19 anos. A obra
foi elaborada após o encontro do casal Shelley
com Lorde George Gordon Byron, 6º Barão Byron
(1788-1824), em sua mansão às margens do lago
Genebra, encontro este que produziu uma série de
textos, poemas e romances de autoria de Byron,
John Polidori (1795-1821), Percy e Mary Shelley,
conforme relatado no “Prefácio” da edição de 1831. A obra foi publicada em 1818, sem o
devido crédito para a autora em sua primeira edição, mas com um prefácio escrito por
seu marido, Percy Bysshe Shelley e é esta primeira versão publicada, mais densa e com-
pleta, que a Editora Landmark lança nesta inédita edição.
O romance obteve grande sucesso e gerou todo um novo gênero, tendo grande influ-
ência na literatura e na cultura popular ocidental. “Frankenstein: o moderno Prometeu”
aborda diversos temas ao longo de sua narrativa, sendo a mais gritante a relação entre
a criatura e o seu criador, com óbvias implicações religiosas. Uma influência notável na
obra é o poema épico «O Paraíso Perdido», de John Milton. A influência torna-se explíci-
ta tanto através da epígrafe que cita três versos do poema, quanto aparecendo direta-
mente no desenrolar da trama, sendo um dos livros que a criatura lê.
Preconceito, ingratidão e injustiça também estão presentes. A criatura é sempre julga-
da por sua aparência, e agredida antes de ter a oportunidade de se defender. Por fim, a
inevitabilidade do destino, tema muito desenvolvido na literatura clássica, é constante-
mente aludida ao longo da obra que se presta a múltiplas interpretações e leituras.
As representações da Criatura e sua história têm variado bastante, de uma simples má-
quina de matar sem capacidade de reflexão a uma criatura trágica e articulada, o que
seria mais próximo do retratado no livro. A primeira adaptação para o cinema foi feita
pelos Edison Studios em 1910, mas a mais famosa transposição do romance para as telas
é a realizada em 1931 pela Universal e com Boris Karloff como a Criatura. Esta adaptação
deu a aparência mais conhecida do monstro, com eletrodos no pescoço e movimentos
Curso de Direito Comercial
Fran Martins, Selo Editorial Forense, 528 páginas,
R$ 148,00
A fenomenologia encampada pelo moderno Di-
reito Empresarial surge com mais vigor, inte-
grando diversos setores, principalmente a força
propulsora do comércio eletrônico e a revolução
tecnológica experimentada no dealbar do século
XXI.
A 39ª edição, como não poderia deixar de ser,
enfrenta todo esse cenário, pregressamente de-
senhado pelo saudoso mestre Fran Martins, in-
serindo capítulos respeitantes à nova Lei de Ar-
bitragem e à repercussão do aprovado CPC, em
vigor a partir de março de 2016.
Foram feitas análises pontuais referentes aos
instrumentos inerentes à atividade empresarial,
desenhando um panorama menos burocrático e formal para o surgimento do empreen-
dedorismo, de empresas individuais, inclusive no âmbito da sociedade limitada de único
sócio.
O contributo deixado pelo famoso jurista Fran Martins encontra-se cada vez mais vivo
no leitor, cuja obra atravessa mais de meio século de sobrevida e demonstra, ano após
ano, a sua atualidade mais estreita com o desafiador Direito Empresarial contemporâ-
neo.
Fran Martins é Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do
Ceará.
pesados e desajeitados, apesar do livro descrever a criatura de outro modo. Um grande
número de continuações seguiu-se, mas desta vez divergindo bastante da história nar-
rada no romance. Em 1974, Mel Brooks, lança “O Jovem Frankenstein”, comédia que
faz paródia com a história. No filme, Gene Wilder é o neto de Victor Frankestein e recria
a criatura, vivida por Peter Boyle. Em 1994 foi lançada uma adaptação cinematográfica
dirigida por Kenneth Branagh, “Mary Shelley’s Frankenstein”, com o próprio Branagh
no papel de Victor Frankenstein e Robert De Niro como a criatura. Esta versão foi a que
mais se aproximou da versão original, tendo a história, tempo e características idênticas
ao livro e mínimas alterações. Em 2015, uma nova versão livremente inspirada na histó-
ria foi lançada tendo James McAvoy (X-Men), como Victor Frankenstein e Daniel Radcli-
ffe (Harry Potter), como seu ajudante Igor.