Revista Ações Legais - page 12-13

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so de tecnólogo jurídico e o projeto para redu-
zir o curso de Direito de 5 para 3 anos. “É tudo
muito grave. Não vou citar o estado, mas há um
curso funcionando da meia-noite às 4 horas da
manhã. Brinco que estão formando bacharéis
padeiros”, disse.
Humanismo
Paralelamente à cautela para a abertura de no-
vos cursos, Amado aposta na melhora da forma-
ção a partir de uma profunda revisão das matri-
zes curriculares, para valorização não apenas do
conhecimento técnico, mas também de aspec-
tos políticos e morais.
A preocupação com a formação humanista en-
controu eco entre os professores que acompa-
nharam o painel. “Estamos perdendo o sentido
da formação em Direito e isso tem de ser resga-
tado. Nossa responsabilidade é pela formação
geral, humanista e axiológica”, defendeu José
Eduardo de Miranda, coordenador do curso de
Direito da Unicesumar, de Maringá.
Já o coordenador do curso de Direito do Centro
UniversitárioDinâmica das Cataratas, LuisMiguel
Barudi de Matos, mostrou preocupação com a
análise de cursos do interior e defendeu que as
comissões das seccionais estejam mais presen-
tes nessa atividade, ideia que foi acolhida pelo
advogado Sanchez Ríos. “Realmente devemos
evitar ao máximo a delegação dessa tarefa e ir
diretamente avaliar as instituições, sejam próxi-
mas ou afastadas das capitais”, disse. Amado,
por sua vez, acha que o caminho tem mão dupla
e conclamou os representantes das instituições a
participarem das sessões de avaliação feitas pela
comissão que preside, em Brasília.
Novas
metodologias e
marco regulatório
do ensino
jurídico
Logo após a abertura, a professora Vera Karam
de Chueiri, diretora da Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Paraná, e o profes-
sor Tarcizo Roberto Nascimento, da PUC/GO
e membro da Associação Brasileira de Direito
Educacional, fizeram palestra no evento.
Vera Karam avalia que há boas perspectivas
para o ensino jurídico, considerando que tem
havido uma abertura das escolas para a aplica-
ção de novos métodos, formas de construção
do saber, práticas de ensino, flexibilização de
currículos e interdisciplinaridade. De acordo
com a professora, as novas tecnologias vieram
para dar consistência a essas transformações.
“Novas formas, novos conteúdos, aliados a no-
vas tecnologias têm feito a grande diferença na
proficiência do Direito”, afirmou.
Enfatizando a questão da interdisciplinaridade,
Vera Karam lembrou que desde a década de 50
há a convicção de que o ensino do Direito não
pode se esgotar em si mesmo, sem a necessá-
ria interlocução com as outras áreas do saber e
suas respectivas práticas. Essa máxima é ainda
mais verdadeira quando se observa uma exigên-
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