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A palestrante Milena Patrícia da Silva afirma que há resistência para aplicação de técnicas al-
ternativas para solução de conflitos no Poder Judiciário, mas que aos poucos novos métodos
estão sendo introduzidos. “Como pesquisadora já tive uma experiência em que apliquei o
método em um caso na Vara de Família de Curitiba e com um juiz na Bahia que introduziu a
técnica no país. Hoje 11 estados do Brasil já utilizamométodo, inclusive algumas comarcas no
interior do Paraná. Esta alternativa está amparada pela resolução nº 125 do CNJ”, afirmou. A
Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estimula práticas que proporcio-
nam tratamento adequado dos conflitos de interesse do Poder Judiciário. “O método pode
ser aplicado emdiferentes áreas do Direito passando pela Família, Criança e Adolescente, Cri-
minal, Trabalho e até Tributário”, acrescentou Milena da Silva.
Os advogados presentes elogiaram o evento. “A Caixa está de parabéns em promover
este evento, demonstra que está vendo com outros olhos esta questão de buscar alter-
nativas para solução de conflitos. É uma inovação no Judiciário que precisa trabalhar de
forma mais incisiva com a interdisciplinaridade, porque o Direito pelo Direito não resol-
ve”, comentou a advogada Adriana Marcondes Pinho Chaves Pinto, também psicóloga e
terapeuta sistêmica.
A advogada Leonor Maria Carvalho Prado de Almeida também salientou a importância
da CAA-PR em promover um workshop sobre este tema. “Muito legal a iniciativa da CAA.
Como ela tem o viés de promover a cultura e o bem-estar dos advogados é importante
trazer para debate esses temas, que para ser aplicado passa por uma mudança cultural.
A CAA-PR pode inovar, investir nisso e até promover debate sobre outras alternativas
como Práticas Colaborativas, Mediação”, disse a advogada. “A minha experiência de 33
anos advogando mostra que é necessário buscar alternativas para promover a Justiça.
Aqui ainda temos muita resistência, mas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte já
estão mais avançados na adoção de métodos alternativos para solução de conflitos. É um
processo cultural, que a CAA pode promover junto aos novos advogados. A advocacia de
litígio já não cabe mais”, opina Leonor de Almeida.