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em quatro universidades – Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Univer-
sidade Tuiuti do Paraná, Uniandrade e UniBrasil –, mas convênios com universidades do
interior do estado já estão em andamento. As crianças podem ser encaminhadas para
atendimento nas universidades tanto pelo Ministério Público, quanto pelos juízes, inde-
pendentemente da fase processual – ou seja, ainda que o processo envolvendo o fato
não tenha transitado em julgado ou que o abuso não tenha sido comprovado.
A equipe que presta o atendimento às crianças é formada por alunos de psicologia super-
visionados sempre por professores, e com possibilidade de encaminhamento para con-
sultas em outras áreas da universidade, como nutrição e pedagogia. Para o juiz Milanezi,
o atendimento multidisciplinar é importante já que o abuso pode desencadear o dese-
quilíbrio em outras áreas, acarretando, por exemplo, obesidade infantil. “Se não houver
tratamento, a condenação da criança é perpétua”, diz o juiz Milanezi.
Depoimento especial
Os casos de abuso sexual em crianças foram o principal fator para a criação das salas de
depoimento especial nas varas de infância, cuja instalação foi prevista pela Recomenda-
ção nº 33/210 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esses espaços adaptados para en-
trevistas têm o objetivo de proteger a criança evitando o aumento do seu sofrimento e já
Nas salas de depoimento especial são aplicados estrutura e método especializados de
acolhimento