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Proteção é prevenção
A promotora de Justiça Tarcila Santos Teixei-
ra defendeu a mudança da forma de aborda-
gem do problema. “No meio virtual as nossas
crianças e adolescentes estão soltos num mar
de crimes, os pais e as crianças não têm ideia.
Para se defender é preciso ter conhecimento.
Precisamos mudar nossa abordagem do pro-
blema. Combate exige outro tipo de medida
que não apenas aplicar uma pena de 30 anos.
Não podemos deixar que todos os casos cheguem ao judiciário e que a solução para o
combate ao crime sexual seja lá na ponta do processo”, sustentou.
Para Tarsila, a prevenção é um dos principais
desafios em relação ao combate ao abuso se-
xual infantil. “Precisamos pensar na criação de
políticas, ações, estratégias que estabeleçam
um efetivo atendimento à criança e ao adoles-
cente. Se dermos o atendimento adequado
muitas não serão vítimas. As crianças têm que
ser orientadas. Temos meios de comunicação
fortíssimos e não vemos campanhas de pre-
venção. Essas ações articuladas têm que começar a acontecer”, defendeu.
“Quando questionamos uma criança vítima de abuso o motivo de ela não ter contado
antes, ela costuma dizer que não sabia o que estava acontecendo. Ela não entende e não
tem informação para entender o que é o abuso”, disse. “As escolas precisam de profis-
sionais mais capacitados. Com este despreparo e falta de informações estamos deixando
o terreno fértil para que isso se desenvolva. É muito triste ouvir o depoimento de uma
adolescente se sentindo culpada pelo que aconteceu com ela”, pontuou.
Os debates também contaram com as partici-
pações do psiquiatra Mauricio Nasser Ehlke,
especialista em Medicina Forense, da psicó-
loga Paula Gomide, do delegado Demétrius
Gonzaga de Oliveira, coordenador do Núcleo
de Combate aos Cibercrimes, e da pesquisa-
dora Cineiva Tono, integrante da Comissão da
Criança e do Adolescente.
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