Revista Ações Legais - page 36-37

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A
automatização, ou migração para o digital, já é
uma realidade para empresas de todos os portes e
segmentos. No entanto, sabemos que nem todas
se adequaram a isso ainda, embora não faltam motivos
para que se migre. Basta ver que hoje, no Brasil, temos
139 milhões de usuários de internet, 122 milhões de usuá-
rios ativos de redes sociais e 239 milhões de usuários de
dispositivos mobile. Qualquer negócio depende do mer-
cado, e este já está na era digital.
Ficar de fora é condenar sua empresa à morte, de for-
ma progressiva, e acelerada exponencialmente. Mas por
onde começar? Muitas empresas nasceram e viveram
por décadas, antes da revolução digital, e isso pode criar
certas ilusões de que mudar não é necessário. Quando
analisados os fatos, percebemos que os custos já não são
tão altos. As vantagens são imensas. Podem existir até
barreiras de conhecimento e qualificação, mas não exis-
tem desvantagens. Só que há, certamente, a relutância
de alguns empresários, algo de caráter muito mais com-
portamental do que prático.
Respondendo à pergunta do título, o quando, pode ser
respondido simplesmente com: agora! Já não vale pro-
telar a migração. É tudo muito rápido e muito mais sim-
ples se tirarmos o medo de mudança da nossa frente. En-
tretanto, podem faltar recursos. Pode haver fatores que
atrasam o processo. O que mais determina isso como im-
prescindível, a meu ver, é seus concorrentes já terem mi-
grado e seu mercado não aceitar mais o analógico.
Se houver concorrentes grandes atuando no digital, o
segmento deve estar demandando a digitalização - e isso
quer dizer que em breve você perderá clientela. É bom
estar em grupos de discussão, acompanhar notícias, in-
clusive as de tecnologia. Isso permite que, como empresário, se tenha insights do que omercado
está pedindo.
A digitalização está dividida em dois grandes grupos, o interno, que inclui a parte de operações e
gestão, e o externo, que inclui marketing e vendas, quem faz a ponte com o cliente. Se a venda
da empresa não está boa, não vale a pena investir em operação. Porém, se as vendas estão está-
veis, mas o volume de dados está tomando tempo e dinheiro, não vale se focar em automação
dos fatores externos, por exemplo.
O interno cobre processos do dia a dia. Automatização de softwares de gestão, de contabilidade,
de pagamentos, digitalização de documentos e até de processos cotidianos. Informatizar a em-
presa permite maior controle sobre o que acontece nela, seja no aspecto financeiro ou mesmo
na operação. É algo que oferece agilidade para lidar commais clientes e deixa a empresa pronta
para se desenvolver e melhor aproveitar o que já possui. Melhor ainda, vai fornecer dados para
tomar boas decisões em gestão.
O externo cobre um site responsivo, campanhas de divulgação na internet, automação de ma-
rketing, CRM, e-commerce, dentre outras coisas que irão modernizar a parte de contato com
o cliente. Seu maior objetivo é expandir o alcance da sua mensagem, ampliando potencial de
vendas e permitindo maior entrada de caixa. É tão crucial e estratégico quanto a digitalização
interna.
Se antes era preciso contratar empresas de softwares e desenvolver programas específicos para
cada necessidade, demandando grandes investimentos, hoje já é possível encontrar sistemas pa-
dronizados, que atendem as demandas de uma boa parte das empresas, por preços que partem
de R$ 20,00 / mês. Ou seja, falta de recurso não serve mais como desculpa para não digitalizar
processos.
Se dinheiro não é o problema, a dificuldade maior talvez esteja na barreira psicológica. Aquela
velha máxima de que “sempre foi assim e deu certo”, simplesmente não pode mais ser aceita.
Por mais que os colaboradores, e atémesmo os empresários, tenhamdificuldades para lidar com
a tecnologia, é preciso que todos estejam abertos a aprender e incluir o uso desses sistemas no
dia a dia.
Cabe ressaltar que, se esses programas não forem adotados e alimentados corretamente por
todos, certamente não serão eficazes. Para vencer a resistência e dificuldades, além de cursos e
treinamentos, pode-se lançar mão de abordagens como o coaching, que tende a trabalhar ques-
tões de cunho comportamental.
Independentemente de qual for a maior necessidade de digitalização da sua empresa, os re-
cursos que ela tem disponível ou o empenho da equipe em adotá-los, já deu para perceber que
trata-se de umcaminho semvolta. Omundo já é digital e, ficar de fora significa perder mercado e,
talvez, nem sobreviver. Cabe ao responsável pela empresa, seja ele o dono ou presidente, buscar
alternativas para fazer essa transição demodo tranquilo e eficaz. Felizmente, opções não faltam.
Basta foco e uma boa dose de empenho de todos para que os benefícios logo apareçam.
Como e quando levar
minha empresa para o
universo digital?
ARTIGO
Por Marcos Guglielmi, empresário
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