Revista Ações Legais - page 10-11

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Democracia, igualdade de gênero, bullying
Além de demonstrarem interesse pela área de direitos humanos, os estudantes se de-
clararam majoritariamente favoráveis à democracia (65,3%). Também acham que a so-
ciedade brasileira ainda é machista (93,1%), já presenciaram alguma situação de violência
contra a mulher (71,4%) e consideram necessário que a escola desenvolva alguma ação
voltada ao respeito à igualdade entre homens e mulheres (92,1%).
Quanto a questões raciais, 88,3% acreditam que o Brasil ainda é um país racista. Entre os
entrevistados, 62,4% declararam já ter sido alvo de “piadas/brincadeiras” relacionadas a
características étnico-raciais (cabelo, cor da pele, etc), sendo o ambiente escolar o gran-
de palco desse tipo de situação (58%), que também não foi relatada a representantes da
escola pelas vítimas (48,5%) – 63,8% também afirmaram já ter presenciado uma situação
de violência verbal por questão racial. A violência verbal contra pessoas LGBTI foi pre-
senciada por 56,2% dos entrevistados. A maioria dos jovens também disse já ter sofrido
bullying (69,3%).
Perfil dos entrevistados
A pesquisa foi realizada com estudantes que participaram do Geração Atitude, projeto
desenvolvido pelo Ministério Público do Paraná, em parceria com a Secretaria de Es-
tado da Educação, a Assembleia Legislativa do Paraná, o Tribunal de Justiça do Paraná
e a Assessoria Especial da Juventude do Governo do Estado. “Os dados levantados na
pesquisa reforçam a necessidade da promoção da educação para o exercício da cidada-
nia nas escolas públicas do Paraná”, afirma o promotor de Justiça Eduardo Cambi, que
além de coordenador da Escola Superior do MPPR é responsável pelo Geração Atitude
na instituição.
Cambi lembra que, entre as ações desenvolvidas no projeto, está a realização de rodas
de conversa nas escolas da rede estadual com professores, estudantes e promotores e
procuradores de Justiça. “É muito importante a presença do Ministério Público nas salas
de aula, contribuindo para informar a população sobre seus deveres e direitos e para a
formação dos jovens, os encorajando a serem protagonistas da nossa história, agentes
de transformação da realidade social”, diz Cambi.
Entre os jovens entrevistados (15.015, no total), 93,2% tem idade entre 15 e 18 anos; 46% se
identificaram como negros (pardos e pretos) e 47,6% como brancos (6,4% somam amare-
los, indígenas e os que preferiram não declarar). A maioria não exerce atividade remune-
rada (64,8%) e mora com pai e mãe (60,7%).
DIREITOS HUMANOS
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