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CONCILIAR É LEGAL
Startup brasileira de mediação
digital vence prêmio
M
ais de R$ 55 milhões foram
movimentados em acordos
extrajudiciais realizados por
meio de videoconferências digitais
promovidos por uma pequena startup
de pouco mais de três anos de vida, li-
derada por duas empreendedoras que
não chegaramnem aos 40 anos. Juntas
a uma equipe que hoje soma 40 media-
dores digitais, a legaltech Mediação Online, também conhecida como MOL, já tratou de
mais de 2.500 casos, gerando uma economia de R$ 16,5 milhões às empresas parceiras.
Os resultados que chamam a atenção renderam à startup o prêmio Conciliar é Legal 2018,
na categoria Mediação e Conciliação Extrajudicial.
“Nossa missão é trazer eficiência para o mundo jurídico, popularizando a mediação, em
especial na versão online”, contou a advogada Melissa Felipe Gava, fundadora da MOL,
a primeira plataforma de mediação on-line do Brasil. A legaltech possui mediadores que
atuam em todo o Brasil na solução amigável de conflitos jurídicos. O serviço é oferecido
para pessoas físicas e jurídicas, resolvendo disputas de forma mais rápida e com validade
jurídica. De acordo com Melissa Gava, usando o serviço da MOL, um caso que demoraria
de três a quatro meses para ser agendado na Justiça é resolvido em apenas uma semana.
No case vencedor, a MOL promoveu acordos entre empresas com pendências financeiras
e o banco Itaú, credor dos valores. Mediadores da startup reuniram os dois lados em reu-
niões pela internet e estimularam um encontro de interesses para criar a melhor solução
possível para todos. Entre maio de 2017 e setembro de 2018, participaram das sessões
1.066 empresas de todo o Brasil - além de uma companhia da Flórida, nos Estados Unidos.
Todas as sessões foram realizadas 100% online. Os acordos firmados pela plataforma da
startup são formalizados em uma minuta, que é posteriormente enviada para assinatura
digital das partes. Este documento passa a ser um título executivo extrajudicial - reconhe-
cido como compromisso pela Justiça. Se algum dos lados descumprir o acordo, a parte
prejudicada tem caminho facilitado na Justiça para garantir seus direitos, porque poderá
ir diretamente para a fase de execução.
De acordo com a CEO da MOL, Melissa Gava, o Brasil é um dos países commaior índice de
litigância. “Temos 54 vezes mais processos do que a China. Nos Estados Unidos, há 0,31
casos judicializados per capita. Já no Brasil esse número é de 0,38 processos per capital.
Há um imenso mercado para a mediação”, destacou a empreendedora. Segundo Melissa,
falta ao brasileiro acreditar que ele pode resolver seus problemas sozinho, sem precisar
de um juiz para dizer o que ele deve, ou não, fazer. “O nosso desafio, como legaltech, não
é nem demonstrar para a população que a tecnologia digital é segura, mas sim mostrar
que nós podemos resolver os nossos problemas por conta própria”, enfatizou.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
“O nosso desafio não é demonstrar para a
população que a tecnologia digital é segura,
mas sim mostrar que nós podemos resolver
os nossos problemas por conta própria”